Tudo menos luta: Werdum fala de sexo, drogas e adolescência agitada
Tudo menos luta: Werdum fala de sexo, drogas e adolescência agitada
Tudo menos luta: Werdum fala de sexo, drogas e adolescência agitada
Na semana do UFC 198, é natural que Fabricio Werdum, campeão dos pesos-pesados da organização e responsável pela luta principal do evento em Curitiba, contra Stipe Miocic, tenha respondido inúmeras perguntas sobre o confronto contra o americano na Arena da Baixada. Muitas vezes as mesmas questões de sempre. Para fugir um pouco da quase inevitável temática, o Combate.com bateu um papo com o "Vai Cavalo" por 45 minutos sobre diversos assuntos, exceto sobre luta. Entre eles, a inusitada história de como Werdum perdeu a virgindade com uma mulher conhecida em seu bairro como "Nêga Cláudia"; sua posição sobre a legalização da maconha; e um encontro inesperado com Al Pacino que fez o lutador congelar.
Fã de Ayrton Senna, Rodrigo Minotauro e Wanderlei Silva, Fabricio Werdum contou que se não fosse lutador, seria "ladrão de carro forte ou policial", além de admitir que foi um adolescente complicado, que conseguiu a façanha de ser expulso duas vezes do mesmo colégio.
- Fui para a Espanha, sempre tive esse negócio da polícia na cabeça. Comprei uma algema e uma réplica de arma. A algema era de brinquedo, mas trancava mesmo. Voltei polícia da Espanha, né? Fui para o colégio e no recreio chamei um guri no campo de futebol, mostrei o que trouxe da Espanha e algemei. "Está preso". Fui brincar e o moleque preso, meio que chorando. Voltei para sala e esqueci dele. Veio a diretora na sala e falou: "Fabricio, vem". Eu já sabia o que era. Perguntaram da chave da algema. Aí lembrei do fulano. Foi a gota d'água para expulsar legal, para não ter outra chance - contou Werdum, divertindo-se em cada causo de sua vida.
Confira a entrevista na íntegra:
COMBATE.COM: Qual foi a primeira vez que ficou bêbado?
Fabricio Werdum: Primeira vez não vou me lembrar (risos). Bêbado legal, que eu me lembre, não posso falar porque tem a ver com luta, né? Já estava velho já, estava com 36, quando ganhei do Fedor. Tem até lá no Youtube, estava andando, tropeçando, tive que parar porque deu cãibra na perna. Essa que lembro. Bêbado foi isso, se tivesse falado de droga, não lembrava (risos). Lembro que antes de começar o jiu-jítsu, eu cheirava cheirinho do morro, ia buscar na favela. Era pela convivência com a galera, que fumava maconha, tinha 16 anos. Tenho que falar a realidade. Devia ter de 15 para 16, foi pouco tempo, devo ter ido até os 20 (risos). Brincando, mas foi um tempinho. Era para não ficar de fora. Todo mundo cheirava, fumava maconha e não queria ficar de fora e fazia o que os outros faziam. Eu era "Maria vai com as outras". Mas não era viciado, foi pouco tempo. Não tenho essa história de que era da favela, fui pobre e tive que me superar. Sempre tive condição boa de vida, ganhava mesada da minha mãe. A mesada do mês a gente gastava em cinco dias, gastava rápido. Uma amiga dela, a Corina, que cuidava da gente, eu e meu irmão ficávamos num apartamento nosso, e ela fazia dois dias de comida para congelar, pegava comida pronta já. A gente morava sozinho. Minha irmã morava com a gente, depois foi trabalhar na Irlanda, na embaixada brasileira. Minha mãe sempre convidou a gente para ir a Espanha. A gente não queria, tinha dinheiro, ficava na rua. Todo mundo ia lá para casa, umas 12, 14 cabeças, às vezes até mais. Aí acabava o cheirinho, todo mundo com fome, fumava maconha, então a gente botava tudo no micro-ondas e comia tudo, em dois ou três dias e era a comida do mês... Depois a gente foi para a Espanha.
Foi para lá por pressão da sua mãe?
Sempre fui muito bagunceiro. Fui expulso de dois ou três colégios. Lembro uma vez que foi engraçado, minha mãe estava aqui no Brasil, ela vinha muito para o Natal, essas coisas, e eu tinha sido expulso do colégio. Aí ela me pegou e me levou com a Corina, que era companheira dela, para um internato em Taquara, mas eu já tinha uma mente tão maquiavélica que quando entrei no internato já estava pensando em fugir, onde ia pular. Ela fez para me assustar, na verdade. Lembro desse dia que ficou marcado. Posso chorar? (risos). Assustou, mas não parei, continuei.
Como foi a sua primeira vez?
Essa eu tenho que contar, essa é f... (risos). Vou contar legal, lembro direitinho. Tinha 15 para 16 anos. Foi a época que descobri quase tudo. Tinha uma rua atrás da minha que andava uma galera nova, que não conhecia e andava com eles. Porque eu tinha que sair de onde morava para ficar com meus amigos, mas quis dar uma mudada. Aí tinha a Nêga Claudia, apelido dela era esse. Ela começou a se interessar, eu era bem magrinho, aí depois de um tempo ela me chamou para a casa dela, fiquei até nervoso e fui. Tomei um banho antes, aí quando bati no apartamento abriu um negão de dois metros de altura perguntando o que eu queria. Eu falei: "Nêga Claudia está aí?" (risos). Juro para você. Aí o negão falou que ela estava me esperando no quarto, entrei completamente tímido e a Nêga Claudia deitada na cama. Comecei a pegar, beijar ela e a camisinha no bolso, mas ela não saiu do bolso. Levei, mas ela não saiu do bolso. Estava tão nervoso, na ansiedade né, primeira vez, botei o guri, quando vi, já heeey! Foram duas estocadas e já foi. Mas ela falou que isso acontecia, era normal. Ela sabia que era a minha primeira vez. Pior trauma da minha vida. Cheguei em casa, tomei um banho e no outro dia peguei uma amidalite aguda. Ela estava com isso e me passou. Fiquei anos e anos com isso, mas já superei o trauma. Para você ter uma noção, lutei com o Minotauro, no Pride, e estava com amidalite aguda da Nêga Claudia. Não tenho amígdala. Tive que cortar por causa da Nêga Claudia. Médico olhou e disse que nunca viu uma garganta tão ruim. Depois comecei a pegar as gurias do bairro. Mas não sei se era tão pegador assim. Na verdade era sim (risos).
Você disse que já usou maconha. É a favor da legalização?
Eu sou a favor. Nos EUA não é legalizado, mas tem na farmácia, tem uma carteirinha, fumam em casa. Nas ruas tem um monte de traficante. Se legalizar fica melhor para todo mundo. Bebida é a mesma coisa, vê quanta gente é dependente. Fuma quem quer. Ninguém te obriga a fumar. Vai ser melhor porque será legalizado. Será uma boa. Não fumo não, já fumei, mas nem posso né, por causa do doping. Mas um dia de repente, quem sabe, mas não fumo mais.
Se não fosse lutador, seria o quê?
Tenho duas opções. Ladrão de carro forte ou policial. Os extremos. Quando era criança sempre quis ser policial, sempre gostei de atirar. Hoje faço. Na Rússia agora, depois do treino dei 250 tiros. Sempre gostei. Vou sozinho, dou os tiros, fico na minha. Mas te falar que não tinha uma coisa assim... Já trabalhei de tudo. Já trabalhei de estoquista, na obra... Na Espanha eu queria ter o meu dinheiro, para lutar o Mundial (de jiu-jítsu), fazer as coisas do meu jeito. Nunca tive vergonha de trabalhar. O que marcou muito foi que queria voltar ao Brasil para lutar o Mundial e trabalhei em uma fábrica que lacrava revistas na madrugada. Pegava umas 20, 30 revistas, botava na máquina. Trabalhava a noite toda para juntar um dinheiro. Minha mãe dizia que não precisava. Trabalhava na obra também, inscrevi numa agência de trabalho temporário que dava emprego por três dias, por aí. Na Espanha teve uma vez que me inscrevi, eu e mais dois amigos, e eles perguntaram se a gente sabia dirigir o "touro", que é aquele carrinho de empilhadeira. Era um show que ia acontecer na Plaza del Toro, aí chegamos seis da manhã, e o cara mandava a gente colocar a carga para dentro. Lembro que eu me emocionei, subi o negócio e na hora que estava entrando na praça deu um problema. Subi demais a carga, tinha que ser só um pouco e aí ficou tombado. Fiquei tão nervoso que não sabia o que fazer, mas era só voltar que ele ficava normal, mas não sabia dirigir nada daquilo ali. Mas os caras nem viram. Fiquei das seis da manhã às seis da tarde. Mas peguei rapidinho a manha do negócio e, na última vez, tinha uma estrutura do palco, uma treliça, era muito grande, tinha uma lona na frente. Todo mundo estava olhando e fui fazer um jeito, peguei ela no meio e sobrou muito para os lados, só que virei muito rápido e o negócio começou a rodar, passou perto da lona e ia rasgá-la toda, mas saí na boa. No Brasil trabalhei no estoque, lembro direitinho. As vendedoras pediam o sapato e ia lá buscar. Até cortei a cabeça, porque tinha cabelo comprido, fui pegar uma caixa e me levantei antes, passei e abri a cabeça.
Nessas viagens todas que você já fez, teve algum lugar que te marcou mais por ser diferente, pela cultura ou por ser de adaptação mais difícil?
Quando morei na Croácia foi bem difícil. Já fui para a Rússia, Argentina, que é um lugar bem diferente. Fui para Marrocos uma vez e é bem diferente, todos muçulmanos, cultura bem diferente. Na Jordânia teve uma questão, pela guerra, é um lugar bem frio. Teve também uma engraçada. Tinha uma namorada francesa e ela inventou um cruzeiro no Egito. Pegamos do sul do Egito até o Cairo, era um barco legal. Tudo certinho, visitando as pirâmides. Tem uma parte você vê as três pirâmides, você pode tirar foto com os camelos, mas num calor de 50 graus, tu não sabe como eles fedem. Ela queria subir no camelo, quando ele me olhou, eu olhei para ele e senti que ele disse para eu não ir (risos). Ela subiu e depois ficou fedendo a esse negócio de camelo. A gente visitava as pirâmides, saía e ia para o barco. Mas uma vez, na hora de sair, passamos pela polícia, os caras me olharam, começaram a falar em árabe comigo e eu não entendia. Mandaram eu entrar na sala, pensaram que eu era árabe também. Começaram a me revistar, pegar meu passaporte. Para não deixar eu sair do país era fácil. Fiquei cerca de meia hora e foi uma tensão, fiquei com medo. Pergunta se eu volto pra lá? Nem me viu.
Se você não fosse você, quem gostaria de ser?
Eu gosto de ser eu mesmo. Não tenho essa ideia de ser outra pessoa, ser esse cara, ter as coisas dele. Gosto muito do Ayrton Senna, me marcou muito na infância, escutava sempre a música da vitória. Marcou muito, representava bem o Brasil. Queria muito também ser recebido em carro de bombeiro e aconteceu, em Porto Alegre. Mas não tenho esse negócio de querer ser o fulano. Queria ser do jeito que eu sou mesmo.
Aproveitando que falou do Ayrton Senna, você lembra o que estava fazendo na hora da morte do Senna?
Eu estava dormindo, acordei e todo mundo estava falando que ele tinha morrido. Sensação horrível, não acreditei. Teve um tempo para ver se tinha morrido mesmo. Mas estava dormindo. Eu chorei. Me emociono rápido, olho documentários dele, a música me emociona mesmo. Ele é o maior de todos. Ele, Minotauro e Wanderlei Silva são meus ídolos.
Lembra onde estava no 11 de setembro?
Não me lembro. Fumei maconha, tomei tanta porrada, que não lembro (risos).
No Grêmio, quem é o maior ídolo?
Olha, eu sou gremista. Era mais do que sou agora. Sou 100%, gosto da Geral do Grêmio, mas não sou um cara de assistir jogo, ver ele inteiro. O Brasil na Copa, assisto. Não tenho tempo de ver toda hora, correr atrás. Vejo mais pelos amigos, que me informam. Quando olhava muito, tinha o Jardel, que fazia gol de cabeça. Era um cara alto, fazia muito gol. Lembro muito dele. Lembro uma cena que teve uma briga, nunca me esqueço. Estava sentadinho na arquibancada, deu uma briga a uns 100 metros. Meu pai me pegou no braço e me colocou numa esquina. Galera batendo nele, trombando e ele me protegeu com o corpo. Nunca me esqueço.
Você fala pouco sobre seu pai. Como é sua relação com seu pai? Ele está vivo?
Ele se separou da minha mãe muito cedo, tinha uns quatro para cinco anos. Ele nunca foi muito presente na nossa vida. Minha mãe que sempre foi de fazer tudo, correu atrás. Tenho uma boa relação com meu pai, não tenho aquela relação de ligar toda hora, mas ele vai estar aqui na luta agora. Na última vez que vim na promoção de luta, almocei com ele, contou umas histórias. Ele tem outra família em Porto Alegre, tem dois filhos. Não temos uma relação próxima, mas se tiver que conversar, a gente conversa. Sempre morei com a minha mãe, ela sempre foi mais preocupada. Tenho lembranças que levava a gente direto para o quartel, ele era militar. Meu pai é malandro legal. Ele não se aposentou, ele ficou na reserva, tomou um tiro de 45 no ombro. Ele estava de plantão e um amigo estava atirando e disparou nele e atravessou. Lembro uma vez, eu tinha uns cinco anos, que a gente estava no refeitório e eu estava chorando. Aí o chefe do meu pai, um gordão, chegou e perguntou se queria um sorvetinho. Eu falei que não e dei um tapão na cara do chefe do meu pai. Me lembro direitinho. Depois minha mãe me espancou (risos). Meu pai não me batia, me pegava só pela orelha e doía. Minha mãe era f... Me batia com o que tivesse, mas eu merecia. Ela estava zero errada. Quando ela vinha bater em mim e no meu irmão, eu ficava atrás, ela batia no meu irmão, e eu gritava como se tivesse me acertando. Ela batia com o que tivesse, vara de marmelo, cinto, tudo.
Dessas vezes todas que você apanhou da sua mãe, qual foi a que você fez a pior coisa?
Tem várias. Quando fui expulso do colégio duas vezes seguidas, minha mãe foi na escola e pediu para me dar uma segunda chance. A professora deu uma chance, minha mãe deve ter dado um a mais pra escola também (risos). Mas a chance durou uma semana... Aí não vai dar, espancamento. Em São Paulo, na Lapa, morava num condomínio grande, perto de um lugar que pegou fogo. Tinha o nosso prédio e umas casas. Essa fábrica, eu via na mesma altura, porque era da altura de um morro. Aí pegávamos umas placas de ferro e descíamos, tipo tobogã. A galera colocava uma roupa velha, mas a gente, eu e meu irmão, íamos com as novas. Minha mãe ficava irritada, porque a gente chegava todo rasgado, aí o bicho pegava.
Lembra qual foi o caso derradeiro que te fez ser expulso do colégio?
Lembro direitinho. Fui para a Espanha, sempre tive esse negócio da polícia na cabeça. Comprei uma algema e uma réplica de arma. A algema era de brinquedo, mas trancava mesmo. Voltei polícia da Espanha né? Fui para o colégio e no recreio chamei um guri no campo de futebol, mostrei o que trouxe da Espanha e algemei. "Está preso". Fui brincar e o moleque preso, meio que chorando. Voltei para sala e esqueci dele. Veio a diretora na sala e falou: "Fabricio, vem". Eu já sabia o que era. Perguntaram da chave da algema. Aí lembrei do fulano. Foi a gota d'água para expulsar legal, para não ter outra chance. Fui expulso. Tinha um colégio ao lado do Vera Cruz, o Leopoldina, que eram só os maloqueiros. Eu era meio playboyzinho, e só ficavam os maloqueiro lá. Foi f... Fiquei um tempo, sofri, depois minha mãe meu tirou. Mas fui muito bagunceiro mesmo.
Suas filhas também são bagunceiras?
A Joana é, a de dois anos. É bem bagunceira. A Júlia é mais da boa. A cultura diferente, criada nos Estados Unidos. A Joana é igual a mim e a Julia é igual a mãe. Ela fica empolgada com criança junto, quer brincar. Eu só falo, não bato nas gurias. Mas não tiro a razão da minha mãe. Eu tinha que ser espancado, eu era o demônio. Fazia uma m..., passava dois minutos e eu fazia outra. Bater não tinha problema, negócio era botar de castigo. Aí me quebrava. Ficava de castigo e às vezes abria a janela, não tinha o que fazer, tinha uma mulher, a Noeli, mulher de um dono de bar de bêbado na esquina. Ela tinha que comprar fruta para o bar. Quando me botava de castigo, eu ficava na janela esperando, na hora que ela passava, jogava vinagre na cabeça dela. Também tinham uns ratos nos fios, que desciam nas árvores. Botava a carninha na linha, amarrava num barbante, quando ele pegava, jogava... O rato caía, mas esse bicho não morre. Já caia e saia correndo. Tinha o Salomão, que eu tinha uma situação. Mas ai quando eu ficava de castigo, ele tinha que passar na frente da minha casa com a moto. Quando escutava a moto dele, saia correndo já jogava gelo, pilha, o que tivesse pela frente. Ele gritava: "vou te pegar". E eu respondia: "Vai tomar no teu c..., filho da p...". Mas eu estava lá em cima (risos).
Saiu na mão com ele?
Não dava, era menor. Na verdade eu apanhava mais do que batia, essa era a real. Às vezes meu irmão me defendia, mas quando era demais, não dava e ele só pedia para não dar muito. Eu incomodei muito.
Teve algum famoso que você não esperava que conhecesse e agora teve a oportunidade de conhecer? E quem foi o cara que mais te impactou?
Sim, claro. Tenho amizade boa com o Tom Cavalcanti, é meu amigão. Conheci ele em Las Vegas, no show do Roberto Carlos. Conheci o Roberto Carlos também. Com o Tom mantenho amizade até hoje, a gente se fala direto, acho que vem na luta. Tenho uma relação com o presidente da Chechênia, chegava no país, ia direto pro palácio do presidente, ser tratado com escolta... Mesma coisa que chegar nos Estados Unidos e ir na casa branca. O Ronaldinho Gaúcho é nosso amigo também, convidou para ir na casa dele no México, quando jogava no Querétaro, para fazer churrasco, gente boa.
Teve algum famoso que você se intimidou?
Bem lembrado. Eu estou no aeroporto em Los Angeles e tu tem a sala vip, e a sala vip da vip. Fui pra VIP da VIP. Não quero ficar na chinelagem (risos). Aí quem entrou foi o Al Pacino, olhei e disse: "Não pode ser". Senti quando as pessoas que te olham, um ídolo. Fiquei nervoso, não sabia se pedia uma foto, liguei pra um amigo pra perguntar, mas aí quem pediu a foto? O Al Pacino pediu a foto. Perguntou se era lutador do UFC, fiquei conversando com ele. É gente boa. Eu não era campeão ainda, faz uns três ou quatro anos. Teve o Mike Tyson também. Estava no UFC, em Las Vegas e o UFC me chamou perguntando se eu queria conhecê-lo. Ele disse que era meu fã, gostava das minhas lutas. Mas o Al Pacino foi mais. Fiquei mais na dúvida se pedia foto ou não, e o cara pediu. Ele faz boxe, gosta de luta, a mulher dele disse que ele treina direto.
Gosta de assistir que tipo de filme?
Eu gosto de filme de cadeia. Acho irado. Alcatraz eu vi várias vezes. Já fui em San Francisco visitar, entrei na solitária, está louco... O filme vem na cabeça na hora. Fizeram o filme lá, escutei as histórias. Foi bem legal. Gosto de filme de cadeia e ação. Quando tem algum filme de cadeia, já olho.
Qual o melhor filme?
Gladiador. Motivacional demais. Olhar esse filme antes da luta é muito bom.
Vê seriado?
Único seriado que estava vendo foi "Prison Break". Mas não vi todo. Teve um outro que eu estava viciadinho também, mas não lembro o nome. Novela eu também via. Avenida Brasil foi a última que assisti toda.
O que sente mais falta da época de solteiro?
Nunca fui muito de festa. Era mais de ficar com os amigos na praça. Disso que sinto mais falta.
E música, o que você ouve?
Sou horrível. Tenho umas manias. Gosto de uma musica, nem sei quem canta, toca. Aí coloco para repetir várias vezes. Botei uma musica lenta para correr, pessoal não acreditou, mas são uns 20, 30 minutos com a mesma música. Cada um com a sua loucura. Gosto de Gabriel o Pensador, cara gente boa. Música inteligente. Ele não repete a música, não tem refrão. Mas de ir em show não vou muito. Uma coisa que gosto de ver é o The Voice, vejo bastante.
O UFC 198, neste sábado, está previsto para começar às 19h (horário de Brasília), com a primeira luta do card preliminar. O Combate.com fará a transmissão em tempo real do UFC 198 com todos os detalhes, e o Combate transmitirá todas as lutas ao vivo.
UFC 198
14 de maio de 2016, em Curitiba (PR)
CARD PRINCIPAL (a partir de 23h de Brasília):
Peso-pesado: Fabricio Werdum x Stipe Miocic
Peso-médio: Ronaldo Jacaré x Vitor Belfort
Peso-casado (até 63,5kg): Cris Cyborg x Leslie Smith
Peso-meio-pesado: Mauricio Shogun x Corey Anderson
Peso-meio-médio: Warlley Alves x Bryan Barberena
CARD PRELIMINAR (a partir de 19h30 de Brasília):
Peso-meio-médio: Demian Maia x Matt Brown
Peso-médio: Thiago Marreta x Nate Marquardt
Peso-galo: John Lineker x Rob Font
Peso-meio-pesado: Rogério Minotouro x Patrick Cummins
Peso-leve: Francisco Massaranduba x Yancy Medeiros
Peso-meio-médio: Serginho Moraes x Luan Chagas
Peso-pena: Renato Moicano x Zubaira Tukhugov
Na semana do UFC 198, é natural que Fabricio Werdum, campeão dos pesos-pesados da organização e responsável pela luta principal do evento em Curitiba, contra Stipe Miocic, tenha respondido inúmeras perguntas sobre o confronto contra o americano na Arena da Baixada. Muitas vezes as mesmas questões de sempre. Para fugir um pouco da quase inevitável temática, o Combate.com bateu um papo com o "Vai Cavalo" por 45 minutos sobre diversos assuntos, exceto sobre luta. Entre eles, a inusitada história de como Werdum perdeu a virgindade com uma mulher conhecida em seu bairro como "Nêga Cláudia"; sua posição sobre a legalização da maconha; e um encontro inesperado com Al Pacino que fez o lutador congelar.
Fã de Ayrton Senna, Rodrigo Minotauro e Wanderlei Silva, Fabricio Werdum contou que se não fosse lutador, seria "ladrão de carro forte ou policial", além de admitir que foi um adolescente complicado, que conseguiu a façanha de ser expulso duas vezes do mesmo colégio.
- Fui para a Espanha, sempre tive esse negócio da polícia na cabeça. Comprei uma algema e uma réplica de arma. A algema era de brinquedo, mas trancava mesmo. Voltei polícia da Espanha, né? Fui para o colégio e no recreio chamei um guri no campo de futebol, mostrei o que trouxe da Espanha e algemei. "Está preso". Fui brincar e o moleque preso, meio que chorando. Voltei para sala e esqueci dele. Veio a diretora na sala e falou: "Fabricio, vem". Eu já sabia o que era. Perguntaram da chave da algema. Aí lembrei do fulano. Foi a gota d'água para expulsar legal, para não ter outra chance - contou Werdum, divertindo-se em cada causo de sua vida.
Confira a entrevista na íntegra:
COMBATE.COM: Qual foi a primeira vez que ficou bêbado?
Fabricio Werdum: Primeira vez não vou me lembrar (risos). Bêbado legal, que eu me lembre, não posso falar porque tem a ver com luta, né? Já estava velho já, estava com 36, quando ganhei do Fedor. Tem até lá no Youtube, estava andando, tropeçando, tive que parar porque deu cãibra na perna. Essa que lembro. Bêbado foi isso, se tivesse falado de droga, não lembrava (risos). Lembro que antes de começar o jiu-jítsu, eu cheirava cheirinho do morro, ia buscar na favela. Era pela convivência com a galera, que fumava maconha, tinha 16 anos. Tenho que falar a realidade. Devia ter de 15 para 16, foi pouco tempo, devo ter ido até os 20 (risos). Brincando, mas foi um tempinho. Era para não ficar de fora. Todo mundo cheirava, fumava maconha e não queria ficar de fora e fazia o que os outros faziam. Eu era "Maria vai com as outras". Mas não era viciado, foi pouco tempo. Não tenho essa história de que era da favela, fui pobre e tive que me superar. Sempre tive condição boa de vida, ganhava mesada da minha mãe. A mesada do mês a gente gastava em cinco dias, gastava rápido. Uma amiga dela, a Corina, que cuidava da gente, eu e meu irmão ficávamos num apartamento nosso, e ela fazia dois dias de comida para congelar, pegava comida pronta já. A gente morava sozinho. Minha irmã morava com a gente, depois foi trabalhar na Irlanda, na embaixada brasileira. Minha mãe sempre convidou a gente para ir a Espanha. A gente não queria, tinha dinheiro, ficava na rua. Todo mundo ia lá para casa, umas 12, 14 cabeças, às vezes até mais. Aí acabava o cheirinho, todo mundo com fome, fumava maconha, então a gente botava tudo no micro-ondas e comia tudo, em dois ou três dias e era a comida do mês... Depois a gente foi para a Espanha.
Foi para lá por pressão da sua mãe?
Sempre fui muito bagunceiro. Fui expulso de dois ou três colégios. Lembro uma vez que foi engraçado, minha mãe estava aqui no Brasil, ela vinha muito para o Natal, essas coisas, e eu tinha sido expulso do colégio. Aí ela me pegou e me levou com a Corina, que era companheira dela, para um internato em Taquara, mas eu já tinha uma mente tão maquiavélica que quando entrei no internato já estava pensando em fugir, onde ia pular. Ela fez para me assustar, na verdade. Lembro desse dia que ficou marcado. Posso chorar? (risos). Assustou, mas não parei, continuei.
Como foi a sua primeira vez?
Essa eu tenho que contar, essa é f... (risos). Vou contar legal, lembro direitinho. Tinha 15 para 16 anos. Foi a época que descobri quase tudo. Tinha uma rua atrás da minha que andava uma galera nova, que não conhecia e andava com eles. Porque eu tinha que sair de onde morava para ficar com meus amigos, mas quis dar uma mudada. Aí tinha a Nêga Claudia, apelido dela era esse. Ela começou a se interessar, eu era bem magrinho, aí depois de um tempo ela me chamou para a casa dela, fiquei até nervoso e fui. Tomei um banho antes, aí quando bati no apartamento abriu um negão de dois metros de altura perguntando o que eu queria. Eu falei: "Nêga Claudia está aí?" (risos). Juro para você. Aí o negão falou que ela estava me esperando no quarto, entrei completamente tímido e a Nêga Claudia deitada na cama. Comecei a pegar, beijar ela e a camisinha no bolso, mas ela não saiu do bolso. Levei, mas ela não saiu do bolso. Estava tão nervoso, na ansiedade né, primeira vez, botei o guri, quando vi, já heeey! Foram duas estocadas e já foi. Mas ela falou que isso acontecia, era normal. Ela sabia que era a minha primeira vez. Pior trauma da minha vida. Cheguei em casa, tomei um banho e no outro dia peguei uma amidalite aguda. Ela estava com isso e me passou. Fiquei anos e anos com isso, mas já superei o trauma. Para você ter uma noção, lutei com o Minotauro, no Pride, e estava com amidalite aguda da Nêga Claudia. Não tenho amígdala. Tive que cortar por causa da Nêga Claudia. Médico olhou e disse que nunca viu uma garganta tão ruim. Depois comecei a pegar as gurias do bairro. Mas não sei se era tão pegador assim. Na verdade era sim (risos).
Você disse que já usou maconha. É a favor da legalização?
Eu sou a favor. Nos EUA não é legalizado, mas tem na farmácia, tem uma carteirinha, fumam em casa. Nas ruas tem um monte de traficante. Se legalizar fica melhor para todo mundo. Bebida é a mesma coisa, vê quanta gente é dependente. Fuma quem quer. Ninguém te obriga a fumar. Vai ser melhor porque será legalizado. Será uma boa. Não fumo não, já fumei, mas nem posso né, por causa do doping. Mas um dia de repente, quem sabe, mas não fumo mais.
Se não fosse lutador, seria o quê?
Tenho duas opções. Ladrão de carro forte ou policial. Os extremos. Quando era criança sempre quis ser policial, sempre gostei de atirar. Hoje faço. Na Rússia agora, depois do treino dei 250 tiros. Sempre gostei. Vou sozinho, dou os tiros, fico na minha. Mas te falar que não tinha uma coisa assim... Já trabalhei de tudo. Já trabalhei de estoquista, na obra... Na Espanha eu queria ter o meu dinheiro, para lutar o Mundial (de jiu-jítsu), fazer as coisas do meu jeito. Nunca tive vergonha de trabalhar. O que marcou muito foi que queria voltar ao Brasil para lutar o Mundial e trabalhei em uma fábrica que lacrava revistas na madrugada. Pegava umas 20, 30 revistas, botava na máquina. Trabalhava a noite toda para juntar um dinheiro. Minha mãe dizia que não precisava. Trabalhava na obra também, inscrevi numa agência de trabalho temporário que dava emprego por três dias, por aí. Na Espanha teve uma vez que me inscrevi, eu e mais dois amigos, e eles perguntaram se a gente sabia dirigir o "touro", que é aquele carrinho de empilhadeira. Era um show que ia acontecer na Plaza del Toro, aí chegamos seis da manhã, e o cara mandava a gente colocar a carga para dentro. Lembro que eu me emocionei, subi o negócio e na hora que estava entrando na praça deu um problema. Subi demais a carga, tinha que ser só um pouco e aí ficou tombado. Fiquei tão nervoso que não sabia o que fazer, mas era só voltar que ele ficava normal, mas não sabia dirigir nada daquilo ali. Mas os caras nem viram. Fiquei das seis da manhã às seis da tarde. Mas peguei rapidinho a manha do negócio e, na última vez, tinha uma estrutura do palco, uma treliça, era muito grande, tinha uma lona na frente. Todo mundo estava olhando e fui fazer um jeito, peguei ela no meio e sobrou muito para os lados, só que virei muito rápido e o negócio começou a rodar, passou perto da lona e ia rasgá-la toda, mas saí na boa. No Brasil trabalhei no estoque, lembro direitinho. As vendedoras pediam o sapato e ia lá buscar. Até cortei a cabeça, porque tinha cabelo comprido, fui pegar uma caixa e me levantei antes, passei e abri a cabeça.
Nessas viagens todas que você já fez, teve algum lugar que te marcou mais por ser diferente, pela cultura ou por ser de adaptação mais difícil?
Quando morei na Croácia foi bem difícil. Já fui para a Rússia, Argentina, que é um lugar bem diferente. Fui para Marrocos uma vez e é bem diferente, todos muçulmanos, cultura bem diferente. Na Jordânia teve uma questão, pela guerra, é um lugar bem frio. Teve também uma engraçada. Tinha uma namorada francesa e ela inventou um cruzeiro no Egito. Pegamos do sul do Egito até o Cairo, era um barco legal. Tudo certinho, visitando as pirâmides. Tem uma parte você vê as três pirâmides, você pode tirar foto com os camelos, mas num calor de 50 graus, tu não sabe como eles fedem. Ela queria subir no camelo, quando ele me olhou, eu olhei para ele e senti que ele disse para eu não ir (risos). Ela subiu e depois ficou fedendo a esse negócio de camelo. A gente visitava as pirâmides, saía e ia para o barco. Mas uma vez, na hora de sair, passamos pela polícia, os caras me olharam, começaram a falar em árabe comigo e eu não entendia. Mandaram eu entrar na sala, pensaram que eu era árabe também. Começaram a me revistar, pegar meu passaporte. Para não deixar eu sair do país era fácil. Fiquei cerca de meia hora e foi uma tensão, fiquei com medo. Pergunta se eu volto pra lá? Nem me viu.
Se você não fosse você, quem gostaria de ser?
Eu gosto de ser eu mesmo. Não tenho essa ideia de ser outra pessoa, ser esse cara, ter as coisas dele. Gosto muito do Ayrton Senna, me marcou muito na infância, escutava sempre a música da vitória. Marcou muito, representava bem o Brasil. Queria muito também ser recebido em carro de bombeiro e aconteceu, em Porto Alegre. Mas não tenho esse negócio de querer ser o fulano. Queria ser do jeito que eu sou mesmo.
Aproveitando que falou do Ayrton Senna, você lembra o que estava fazendo na hora da morte do Senna?
Eu estava dormindo, acordei e todo mundo estava falando que ele tinha morrido. Sensação horrível, não acreditei. Teve um tempo para ver se tinha morrido mesmo. Mas estava dormindo. Eu chorei. Me emociono rápido, olho documentários dele, a música me emociona mesmo. Ele é o maior de todos. Ele, Minotauro e Wanderlei Silva são meus ídolos.
Lembra onde estava no 11 de setembro?
Não me lembro. Fumei maconha, tomei tanta porrada, que não lembro (risos).
No Grêmio, quem é o maior ídolo?
Olha, eu sou gremista. Era mais do que sou agora. Sou 100%, gosto da Geral do Grêmio, mas não sou um cara de assistir jogo, ver ele inteiro. O Brasil na Copa, assisto. Não tenho tempo de ver toda hora, correr atrás. Vejo mais pelos amigos, que me informam. Quando olhava muito, tinha o Jardel, que fazia gol de cabeça. Era um cara alto, fazia muito gol. Lembro muito dele. Lembro uma cena que teve uma briga, nunca me esqueço. Estava sentadinho na arquibancada, deu uma briga a uns 100 metros. Meu pai me pegou no braço e me colocou numa esquina. Galera batendo nele, trombando e ele me protegeu com o corpo. Nunca me esqueço.
Você fala pouco sobre seu pai. Como é sua relação com seu pai? Ele está vivo?
Ele se separou da minha mãe muito cedo, tinha uns quatro para cinco anos. Ele nunca foi muito presente na nossa vida. Minha mãe que sempre foi de fazer tudo, correu atrás. Tenho uma boa relação com meu pai, não tenho aquela relação de ligar toda hora, mas ele vai estar aqui na luta agora. Na última vez que vim na promoção de luta, almocei com ele, contou umas histórias. Ele tem outra família em Porto Alegre, tem dois filhos. Não temos uma relação próxima, mas se tiver que conversar, a gente conversa. Sempre morei com a minha mãe, ela sempre foi mais preocupada. Tenho lembranças que levava a gente direto para o quartel, ele era militar. Meu pai é malandro legal. Ele não se aposentou, ele ficou na reserva, tomou um tiro de 45 no ombro. Ele estava de plantão e um amigo estava atirando e disparou nele e atravessou. Lembro uma vez, eu tinha uns cinco anos, que a gente estava no refeitório e eu estava chorando. Aí o chefe do meu pai, um gordão, chegou e perguntou se queria um sorvetinho. Eu falei que não e dei um tapão na cara do chefe do meu pai. Me lembro direitinho. Depois minha mãe me espancou (risos). Meu pai não me batia, me pegava só pela orelha e doía. Minha mãe era f... Me batia com o que tivesse, mas eu merecia. Ela estava zero errada. Quando ela vinha bater em mim e no meu irmão, eu ficava atrás, ela batia no meu irmão, e eu gritava como se tivesse me acertando. Ela batia com o que tivesse, vara de marmelo, cinto, tudo.
Dessas vezes todas que você apanhou da sua mãe, qual foi a que você fez a pior coisa?
Tem várias. Quando fui expulso do colégio duas vezes seguidas, minha mãe foi na escola e pediu para me dar uma segunda chance. A professora deu uma chance, minha mãe deve ter dado um a mais pra escola também (risos). Mas a chance durou uma semana... Aí não vai dar, espancamento. Em São Paulo, na Lapa, morava num condomínio grande, perto de um lugar que pegou fogo. Tinha o nosso prédio e umas casas. Essa fábrica, eu via na mesma altura, porque era da altura de um morro. Aí pegávamos umas placas de ferro e descíamos, tipo tobogã. A galera colocava uma roupa velha, mas a gente, eu e meu irmão, íamos com as novas. Minha mãe ficava irritada, porque a gente chegava todo rasgado, aí o bicho pegava.
Lembra qual foi o caso derradeiro que te fez ser expulso do colégio?
Lembro direitinho. Fui para a Espanha, sempre tive esse negócio da polícia na cabeça. Comprei uma algema e uma réplica de arma. A algema era de brinquedo, mas trancava mesmo. Voltei polícia da Espanha né? Fui para o colégio e no recreio chamei um guri no campo de futebol, mostrei o que trouxe da Espanha e algemei. "Está preso". Fui brincar e o moleque preso, meio que chorando. Voltei para sala e esqueci dele. Veio a diretora na sala e falou: "Fabricio, vem". Eu já sabia o que era. Perguntaram da chave da algema. Aí lembrei do fulano. Foi a gota d'água para expulsar legal, para não ter outra chance. Fui expulso. Tinha um colégio ao lado do Vera Cruz, o Leopoldina, que eram só os maloqueiros. Eu era meio playboyzinho, e só ficavam os maloqueiro lá. Foi f... Fiquei um tempo, sofri, depois minha mãe meu tirou. Mas fui muito bagunceiro mesmo.
Suas filhas também são bagunceiras?
A Joana é, a de dois anos. É bem bagunceira. A Júlia é mais da boa. A cultura diferente, criada nos Estados Unidos. A Joana é igual a mim e a Julia é igual a mãe. Ela fica empolgada com criança junto, quer brincar. Eu só falo, não bato nas gurias. Mas não tiro a razão da minha mãe. Eu tinha que ser espancado, eu era o demônio. Fazia uma m..., passava dois minutos e eu fazia outra. Bater não tinha problema, negócio era botar de castigo. Aí me quebrava. Ficava de castigo e às vezes abria a janela, não tinha o que fazer, tinha uma mulher, a Noeli, mulher de um dono de bar de bêbado na esquina. Ela tinha que comprar fruta para o bar. Quando me botava de castigo, eu ficava na janela esperando, na hora que ela passava, jogava vinagre na cabeça dela. Também tinham uns ratos nos fios, que desciam nas árvores. Botava a carninha na linha, amarrava num barbante, quando ele pegava, jogava... O rato caía, mas esse bicho não morre. Já caia e saia correndo. Tinha o Salomão, que eu tinha uma situação. Mas ai quando eu ficava de castigo, ele tinha que passar na frente da minha casa com a moto. Quando escutava a moto dele, saia correndo já jogava gelo, pilha, o que tivesse pela frente. Ele gritava: "vou te pegar". E eu respondia: "Vai tomar no teu c..., filho da p...". Mas eu estava lá em cima (risos).
Saiu na mão com ele?
Não dava, era menor. Na verdade eu apanhava mais do que batia, essa era a real. Às vezes meu irmão me defendia, mas quando era demais, não dava e ele só pedia para não dar muito. Eu incomodei muito.
Teve algum famoso que você não esperava que conhecesse e agora teve a oportunidade de conhecer? E quem foi o cara que mais te impactou?
Sim, claro. Tenho amizade boa com o Tom Cavalcanti, é meu amigão. Conheci ele em Las Vegas, no show do Roberto Carlos. Conheci o Roberto Carlos também. Com o Tom mantenho amizade até hoje, a gente se fala direto, acho que vem na luta. Tenho uma relação com o presidente da Chechênia, chegava no país, ia direto pro palácio do presidente, ser tratado com escolta... Mesma coisa que chegar nos Estados Unidos e ir na casa branca. O Ronaldinho Gaúcho é nosso amigo também, convidou para ir na casa dele no México, quando jogava no Querétaro, para fazer churrasco, gente boa.
Teve algum famoso que você se intimidou?
Bem lembrado. Eu estou no aeroporto em Los Angeles e tu tem a sala vip, e a sala vip da vip. Fui pra VIP da VIP. Não quero ficar na chinelagem (risos). Aí quem entrou foi o Al Pacino, olhei e disse: "Não pode ser". Senti quando as pessoas que te olham, um ídolo. Fiquei nervoso, não sabia se pedia uma foto, liguei pra um amigo pra perguntar, mas aí quem pediu a foto? O Al Pacino pediu a foto. Perguntou se era lutador do UFC, fiquei conversando com ele. É gente boa. Eu não era campeão ainda, faz uns três ou quatro anos. Teve o Mike Tyson também. Estava no UFC, em Las Vegas e o UFC me chamou perguntando se eu queria conhecê-lo. Ele disse que era meu fã, gostava das minhas lutas. Mas o Al Pacino foi mais. Fiquei mais na dúvida se pedia foto ou não, e o cara pediu. Ele faz boxe, gosta de luta, a mulher dele disse que ele treina direto.
Gosta de assistir que tipo de filme?
Eu gosto de filme de cadeia. Acho irado. Alcatraz eu vi várias vezes. Já fui em San Francisco visitar, entrei na solitária, está louco... O filme vem na cabeça na hora. Fizeram o filme lá, escutei as histórias. Foi bem legal. Gosto de filme de cadeia e ação. Quando tem algum filme de cadeia, já olho.
Qual o melhor filme?
Gladiador. Motivacional demais. Olhar esse filme antes da luta é muito bom.
Vê seriado?
Único seriado que estava vendo foi "Prison Break". Mas não vi todo. Teve um outro que eu estava viciadinho também, mas não lembro o nome. Novela eu também via. Avenida Brasil foi a última que assisti toda.
O que sente mais falta da época de solteiro?
Nunca fui muito de festa. Era mais de ficar com os amigos na praça. Disso que sinto mais falta.
E música, o que você ouve?
Sou horrível. Tenho umas manias. Gosto de uma musica, nem sei quem canta, toca. Aí coloco para repetir várias vezes. Botei uma musica lenta para correr, pessoal não acreditou, mas são uns 20, 30 minutos com a mesma música. Cada um com a sua loucura. Gosto de Gabriel o Pensador, cara gente boa. Música inteligente. Ele não repete a música, não tem refrão. Mas de ir em show não vou muito. Uma coisa que gosto de ver é o The Voice, vejo bastante.
O UFC 198, neste sábado, está previsto para começar às 19h (horário de Brasília), com a primeira luta do card preliminar. O Combate.com fará a transmissão em tempo real do UFC 198 com todos os detalhes, e o Combate transmitirá todas as lutas ao vivo.
UFC 198
14 de maio de 2016, em Curitiba (PR)
CARD PRINCIPAL (a partir de 23h de Brasília):
Peso-pesado: Fabricio Werdum x Stipe Miocic
Peso-médio: Ronaldo Jacaré x Vitor Belfort
Peso-casado (até 63,5kg): Cris Cyborg x Leslie Smith
Peso-meio-pesado: Mauricio Shogun x Corey Anderson
Peso-meio-médio: Warlley Alves x Bryan Barberena
CARD PRELIMINAR (a partir de 19h30 de Brasília):
Peso-meio-médio: Demian Maia x Matt Brown
Peso-médio: Thiago Marreta x Nate Marquardt
Peso-galo: John Lineker x Rob Font
Peso-meio-pesado: Rogério Minotouro x Patrick Cummins
Peso-leve: Francisco Massaranduba x Yancy Medeiros
Peso-meio-médio: Serginho Moraes x Luan Chagas
Peso-pena: Renato Moicano x Zubaira Tukhugov
Re: Tudo menos luta: Werdum fala de sexo, drogas e adolescência agitada
cheirinho do morro é alguma coisa do sul (tipo rapé) ou farinha msm?
Re: Tudo menos luta: Werdum fala de sexo, drogas e adolescência agitada
Figuraça.
Já era fã, agora sou mais ainda.
Já era fã, agora sou mais ainda.
Re: Tudo menos luta: Werdum fala de sexo, drogas e adolescência agitada
Pqp a parte da nega Cláudia é foda
Re: Tudo menos luta: Werdum fala de sexo, drogas e adolescência agitada
acho que deve ser loloOzz escreveu:cheirinho do morro é alguma coisa do sul (tipo rapé) ou farinha msm?
- MãoDeMacaco
- Aprendiz
- Mensagens: 4611
- Registrado em: 23 Ago 2014 16:19
- Contato:
Re: Tudo menos luta: Werdum fala de sexo, drogas e adolescência agitada
PQP, esse lance da nega claúdia é comédia demais kkk
- tupacwestside
- Mensagens: 1003
- Registrado em: 11 Jan 2015 22:10
- Contato:
Re: Tudo menos luta: Werdum fala de sexo, drogas e adolescência agitada
hahahahahha
figurassa!!
cheirinho do morro deve ser lança
figurassa!!
cheirinho do morro deve ser lança
"Não espere o futuro mudar sua vida, porque o futuro será a consequência do presente."
Re: Tudo menos luta: Werdum fala de sexo, drogas e adolescência agitada
Kkk é loló mesmoabukake escreveu:acho que deve ser lolo
"Existem três jeitos de fazer as coisas: o jeito certo, o jeito errado, e o meu jeito, que é igual ao jeito errado, só que mais rápido."
Re: Tudo menos luta: Werdum fala de sexo, drogas e adolescência agitada
Werdum é figuraça.
Re: Tudo menos luta: Werdum fala de sexo, drogas e adolescência agitada
Corajoso! Pessoa pública falar assim é raro...
Ponto pra ele
Ponto pra ele
Re: Tudo menos luta: Werdum fala de sexo, drogas e adolescência agitada
Eu ri demais dele jogando vingar na cabeça da mulher hahahahaahahhaa
Quem está online
Usuários navegando neste fórum: Nenhum usuário registrado e 73 visitantes