História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fechadas
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História do Grappling-Rivalidades, treinos a portas fechadas
Pessoal, esse tópico é para usarmos como aquele do "falecido", sobre histórias antigas, rivalidades e bastidores.
Desde já convido o Mestre Lawyer para nos privilegiar com sua vivência.
Desde já convido o Mestre Lawyer para nos privilegiar com sua vivência.
[iViva a Old School!
Você pode sair do Jiu Jitsu, mas o Jiu Jitsu não sai de você!
Muito orgulho de ter sido um dos primeiros brasileiros á ensinar o Gracie Jiu Jitsu no Japão. Todos nós ajudamos a escrever a história do Jiu Jitsu, cada um de uma forma.[/i]
Você pode sair do Jiu Jitsu, mas o Jiu Jitsu não sai de você!
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Re: Rivalidades, histórias e causos do Jiu Jitsu e afins.
Origem do golpe "baianada", um pouco da Herois do rigid e uma historia do Mestre Paquetá.
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Coisas de antigamente
(retirado do blog do Mestre Roberto Leitão)
Era mais uma daquelas segundas-feiras incríveis, quando a TV Continental apresentava o programa “Heróis do Ringue”. Alguns transmitidos diretamente do Carioca Esporte Clube no Jardim Botânico, outros do Ginásio do Flamengo na Gávea, e alguns na sede do América FC, na rua Campo Sales, todos no Rio de Janeiro.
Este caso, se me lembro bem, foi no América, já então com a direção do empresário Domingos Carrozzine, que substituiu o Prof. Helio Gracie e seus comandados na produção do programa. O programa começava às 21hs e terminava normalmente por volta das 23hs, causando quase sempre reclamação do saudoso Professor Gilson Amado, que entrava logo depois com o seu programa educativo “Universidade sem paredes”. Eu sempre tentava justificar os atrasos e ainda dizia: “Professor, eu acho que nós estamos entregando uma audiência razoável, é só o sr. segurar”. Daí nasceu uma boa amizade, que culminou com meu trabalho na engenharia da Fundação da TV Educativa. Gilson realmente não gostava do que nós fazíamos e não entendia como eu, um professor universitário, especialmente da PUC-RJ, poderia estar metido ali. E eu realmente estava até o pescoço…
Enfim, pelo menos conseguimos conviver e nosso programa continuou sendo um sucesso de audiência.
Naquele dia, lutava mais um atleta da Academia Gracie contra um lutador de uma das muitas academias do subúrbio, que nesta fase participavam do programa. Tínhamos que reconhecer que o Sr. Carrozzine, bonachão com seus 140kg, era o oposto do Professor Hélio Gracie, sempre disciplinado, e havia aberto as portas para todos que quisessem participar.
Naquela época, a receita funcionava 100%, pois ninguém conhecia o “sprawl”. E não deu outra, o lutador fez exatamente o que o Mestre Carlson mandou e em segundos estava ele massacrando seu oponente com poderosos socos no rosto, com a mão livre, sem luvas, como era costume então. Logo o outro rapaz desistiu, e o juiz (se não me falha a memória o “careca” Jaime Ferreira, com sua voz de trovão) suspendeu a luta e declarou vencedor o atleta da Gracie. O perdedor, que era muito valente, saiu coberto de hematomas e cortes, e pior, sabendo que não receberia nenhum tostão furado, pois a luta era com bolsa total ao vencedor, coisa muito comum naquela época.
Sabem quem era o lutador? Osvaldo Gomes da Rosa, o nosso querido “PAQUETÁ”, que é o mestre das filmagens, conhecido como o arquivo vivo do mundo das lutas, que tenho a honra de ser amigo.
São coisas da turma antiga que precisam ser lembradas e servir de exemplo.
Fonte: http://www.judoctj.com.br/historias-ant ... uta-livre/
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Coisas de antigamente
(retirado do blog do Mestre Roberto Leitão)
Era mais uma daquelas segundas-feiras incríveis, quando a TV Continental apresentava o programa “Heróis do Ringue”. Alguns transmitidos diretamente do Carioca Esporte Clube no Jardim Botânico, outros do Ginásio do Flamengo na Gávea, e alguns na sede do América FC, na rua Campo Sales, todos no Rio de Janeiro.
Este caso, se me lembro bem, foi no América, já então com a direção do empresário Domingos Carrozzine, que substituiu o Prof. Helio Gracie e seus comandados na produção do programa. O programa começava às 21hs e terminava normalmente por volta das 23hs, causando quase sempre reclamação do saudoso Professor Gilson Amado, que entrava logo depois com o seu programa educativo “Universidade sem paredes”. Eu sempre tentava justificar os atrasos e ainda dizia: “Professor, eu acho que nós estamos entregando uma audiência razoável, é só o sr. segurar”. Daí nasceu uma boa amizade, que culminou com meu trabalho na engenharia da Fundação da TV Educativa. Gilson realmente não gostava do que nós fazíamos e não entendia como eu, um professor universitário, especialmente da PUC-RJ, poderia estar metido ali. E eu realmente estava até o pescoço…
Enfim, pelo menos conseguimos conviver e nosso programa continuou sendo um sucesso de audiência.
Naquele dia, lutava mais um atleta da Academia Gracie contra um lutador de uma das muitas academias do subúrbio, que nesta fase participavam do programa. Tínhamos que reconhecer que o Sr. Carrozzine, bonachão com seus 140kg, era o oposto do Professor Hélio Gracie, sempre disciplinado, e havia aberto as portas para todos que quisessem participar.
Antes da luta, nas regras da chamada “Luta Livre Americana”, o verdadeiro Vale Tudo, quase sem restrições, o Carlson Gracie, maior lutador daquela geração de heróis, então instruía seu pupilo passando a regra adotada para 80% das lutas daquele tempo: “Fulano, você finta, dá uma “baianada” (que era o nome dado ao precursor do “double leg” do Wrestling ou ao Morote-gari do Judô em homenagem a Waldemar Santana, lutador baiano que vivia atacando as pernas) e bota ele no chão. Daí você passa logo a guarda, coloca o joelho na barriga e não para de bater até ele desistir. Entendido? Entendido?!!!”.
Carlson Gracie lutando contra Waldemar Santana
Naquela época, a receita funcionava 100%, pois ninguém conhecia o “sprawl”. E não deu outra, o lutador fez exatamente o que o Mestre Carlson mandou e em segundos estava ele massacrando seu oponente com poderosos socos no rosto, com a mão livre, sem luvas, como era costume então. Logo o outro rapaz desistiu, e o juiz (se não me falha a memória o “careca” Jaime Ferreira, com sua voz de trovão) suspendeu a luta e declarou vencedor o atleta da Gracie. O perdedor, que era muito valente, saiu coberto de hematomas e cortes, e pior, sabendo que não receberia nenhum tostão furado, pois a luta era com bolsa total ao vencedor, coisa muito comum naquela época.
No dia seguinte, o lutador vencedor, que também era de família então modesta, foi ao escritório do empresário receber o que havia sido contratado. A quantia de Cr$ 1500,00, que na realidade era bem pouco, mas estava sendo esperada ansiosamente pela mãe do atleta, como ele lhe havia prometido. Quando o lutador estava recebendo o dinheiro, se deparou com uma jovem senhora com filhos pequenos que se identificou: “Eu sou a esposa do “sicrano”, que lutou ontem à noite”, e continuou, “Olhe moço, meu marido é pedreiro, nós vivemos com muita dificuldade, ele está todo machucado, não pode trabalhar e nós não temos dinheiro para comprar os remédios que o médico receitou”. Aquilo calou fundo no coração do vencedor, que perguntou então: “Quanto a senhora precisa para os remédios?”. A resposta veio pronta: “Cr$ 1500,00!”. Estupefato, o lutador (meu amigo de muitos anos, que agora revelo) disse: “Sr. Carrozzine, dê o dinheiro para ela”, e assim foi feito. Como ele depois se justificou com a mãe dele, que esperava aquele dinheirinho, eu até hoje não sei.
O nome 'baianada' para o golpe 'morote gari' é uma homenagem a Waldemar Santana, lutador baiano que vivia atacando as pernas
Sabem quem era o lutador? Osvaldo Gomes da Rosa, o nosso querido “PAQUETÁ”, que é o mestre das filmagens, conhecido como o arquivo vivo do mundo das lutas, que tenho a honra de ser amigo.
São coisas da turma antiga que precisam ser lembradas e servir de exemplo.
Fonte: http://www.judoctj.com.br/historias-ant ... uta-livre/
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Você pode sair do Jiu Jitsu, mas o Jiu Jitsu não sai de você!
Muito orgulho de ter sido um dos primeiros brasileiros á ensinar o Gracie Jiu Jitsu no Japão. Todos nós ajudamos a escrever a história do Jiu Jitsu, cada um de uma forma.[/i]
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Muito orgulho de ter sido um dos primeiros brasileiros á ensinar o Gracie Jiu Jitsu no Japão. Todos nós ajudamos a escrever a história do Jiu Jitsu, cada um de uma forma.[/i]
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Re: Rivalidades, histórias e causos do Jiu Jitsu e afins.
Vou repostar um "causo" vivido por mim, quando fui para o Japão:
Era outubro ou novembro de 2000, eu tinha acabado de chegar ao Japão, na cidade de Ise-shi, sul da província/estado de Mie-ken (o mesmo estado onde fica a pista de Suzuka). Fui o 1o brasileiro a dar aulas de Jiu Jitsu na parte sul de Mie Ken.
Eu era faixa roxa, graduado pelo Márcio Pé-de-Pano, e ao procurar revistas de artes marciais (Tatame e Gracie Magazine) em uma loja voltada ao público brasileiro no Japão, fui indagado pela dona do estabelecimento se eu lutava Jiu Jitsu (na época muito na moda no Japão, por conta do Pride), e se queria dar aulas aos filhos dela. Topei, e na 2a ou 3a aula, que era dada em ginásios públicos, onde se alugam espaços como quadras, tatames e etc por hora, apareceram japoneses que foram indicados por ela.
Estava aprendendo a língua ainda, e toda a comunicação era feita em inglês. Em pouco tempo passei de 2 alunos infantis a 2 infantis + 8 adultos.
Acontece que um desses japoneses, faixa preta de Judô, achava quase que inacreditável que alguém que não fosse faixa preta não só anulasse o seu Ne Waza, como também pudesse realmente lhe ensinar algo, e marcou de levar um amigo.
No dia combinado, esse amigo, um outro japonês de uns 110 ou 120 kg (não musculoso, mas daquele tipo parrudo, tipo saco de batata) também faixa preta de judô e dono de alguns títulos de Judô importantes na região, apareceu e eu percebi que era nada mais nada menos que um teste.
Começa o treino de JJ, passo posições e tal, e na hora do rola, o "pequeno convidado" me chama para treinar em pé. Sinceramente, eu sabia que ia ser trucidado, mas não podia envergonhar meus alunos e muito menos a arte marcial a qual eu representava.
Depois de ser jogado pra tudo que é lado, já cheio de dor nas costas, ombro e etc., finalmente o pequeno se sentiu confiante e topou ir para o chão.
Foi difícil pegar o cara, pois ele era muito forte e eu estava quebrado, mas depois de alguns ataques duplos, lembro que peguei no pescoço com um estrangulamento, que ele demorou pra bater e quase apagou. Ele ficou p...e aí veio pra cima praticamente sem técnica, e somente a partir desse momento, posso dizer que deixei de ser facilmente dominado e pude colocar em prática o que tinha aprendido até então com meus professores Adão Januário e Márcio Pé-de-Pano. Finalizei o japa de tudo que foi jeito, lembro até de uma omoplata que me deixou pendurado, mas que ele acabou batendo, pois não aguentou ficar muito tempo em pé.
Depois disso ele nunca mais apareceu, e o amiguinho dele tomou um amasso caprichado na aula seguinte, rs.
Segui dando aulas pra esse pessoal por mais 1 ano + ou -, até me mudar pra Hamamatsu e ficar somente como instrutor, e não professor, até parar em 2003. Fiquei totalmente parado no Jiu Jitsu por 8 anos, só voltando em 2011 e pegando a preta em 2013.
Abraços
A primeira foto: Da esquerda da direita abaixados: eu, o japa que pediu a dona da loja que arrumasse um professor de JJ, e um brasileiro que perdi contato, mas sei que hoje é faixa preta de um amigo meu, o Carlos Toyota, bem conhecido no Japão. Em pé: o japa faixa preta de Judô que levou o amigo "pequeno" e 2 irmãos que treinavam comigo.
Armadura Samurai original, que tinha até uma placa com o nome do clã a que o Samurai pertenceu.
Era outubro ou novembro de 2000, eu tinha acabado de chegar ao Japão, na cidade de Ise-shi, sul da província/estado de Mie-ken (o mesmo estado onde fica a pista de Suzuka). Fui o 1o brasileiro a dar aulas de Jiu Jitsu na parte sul de Mie Ken.
Eu era faixa roxa, graduado pelo Márcio Pé-de-Pano, e ao procurar revistas de artes marciais (Tatame e Gracie Magazine) em uma loja voltada ao público brasileiro no Japão, fui indagado pela dona do estabelecimento se eu lutava Jiu Jitsu (na época muito na moda no Japão, por conta do Pride), e se queria dar aulas aos filhos dela. Topei, e na 2a ou 3a aula, que era dada em ginásios públicos, onde se alugam espaços como quadras, tatames e etc por hora, apareceram japoneses que foram indicados por ela.
Estava aprendendo a língua ainda, e toda a comunicação era feita em inglês. Em pouco tempo passei de 2 alunos infantis a 2 infantis + 8 adultos.
Acontece que um desses japoneses, faixa preta de Judô, achava quase que inacreditável que alguém que não fosse faixa preta não só anulasse o seu Ne Waza, como também pudesse realmente lhe ensinar algo, e marcou de levar um amigo.
No dia combinado, esse amigo, um outro japonês de uns 110 ou 120 kg (não musculoso, mas daquele tipo parrudo, tipo saco de batata) também faixa preta de judô e dono de alguns títulos de Judô importantes na região, apareceu e eu percebi que era nada mais nada menos que um teste.
Começa o treino de JJ, passo posições e tal, e na hora do rola, o "pequeno convidado" me chama para treinar em pé. Sinceramente, eu sabia que ia ser trucidado, mas não podia envergonhar meus alunos e muito menos a arte marcial a qual eu representava.
Depois de ser jogado pra tudo que é lado, já cheio de dor nas costas, ombro e etc., finalmente o pequeno se sentiu confiante e topou ir para o chão.
Foi difícil pegar o cara, pois ele era muito forte e eu estava quebrado, mas depois de alguns ataques duplos, lembro que peguei no pescoço com um estrangulamento, que ele demorou pra bater e quase apagou. Ele ficou p...e aí veio pra cima praticamente sem técnica, e somente a partir desse momento, posso dizer que deixei de ser facilmente dominado e pude colocar em prática o que tinha aprendido até então com meus professores Adão Januário e Márcio Pé-de-Pano. Finalizei o japa de tudo que foi jeito, lembro até de uma omoplata que me deixou pendurado, mas que ele acabou batendo, pois não aguentou ficar muito tempo em pé.
Depois disso ele nunca mais apareceu, e o amiguinho dele tomou um amasso caprichado na aula seguinte, rs.
Segui dando aulas pra esse pessoal por mais 1 ano + ou -, até me mudar pra Hamamatsu e ficar somente como instrutor, e não professor, até parar em 2003. Fiquei totalmente parado no Jiu Jitsu por 8 anos, só voltando em 2011 e pegando a preta em 2013.
Abraços
A primeira foto: Da esquerda da direita abaixados: eu, o japa que pediu a dona da loja que arrumasse um professor de JJ, e um brasileiro que perdi contato, mas sei que hoje é faixa preta de um amigo meu, o Carlos Toyota, bem conhecido no Japão. Em pé: o japa faixa preta de Judô que levou o amigo "pequeno" e 2 irmãos que treinavam comigo.
Armadura Samurai original, que tinha até uma placa com o nome do clã a que o Samurai pertenceu.
[iViva a Old School!
Você pode sair do Jiu Jitsu, mas o Jiu Jitsu não sai de você!
Muito orgulho de ter sido um dos primeiros brasileiros á ensinar o Gracie Jiu Jitsu no Japão. Todos nós ajudamos a escrever a história do Jiu Jitsu, cada um de uma forma.[/i]
Você pode sair do Jiu Jitsu, mas o Jiu Jitsu não sai de você!
Muito orgulho de ter sido um dos primeiros brasileiros á ensinar o Gracie Jiu Jitsu no Japão. Todos nós ajudamos a escrever a história do Jiu Jitsu, cada um de uma forma.[/i]
Re: Rivalidades, histórias e causos do Jiu Jitsu e afins.
Como sou faixa branca e não tenho nenhuma historia para contar, vou deixar duas contribuições para o tópico.
1. Documentário feito pelo History Chanel sobre Mestre Hélio Gracie:
2. Pequeno video sobre Mitsuyo Maeda, com algumas fotos e vídeos reais:
1. Documentário feito pelo History Chanel sobre Mestre Hélio Gracie:
2. Pequeno video sobre Mitsuyo Maeda, com algumas fotos e vídeos reais:
Re: Rivalidades, histórias e causos do Jiu Jitsu e afins.
Trecho de entrevista do Rickson Gracie para a Trip de junho de 1994:
A entrevista eh muito boa, com perguntas fugindo do habitual. Ficando no tema do tópico, Mestre Rickson conta de sua primeira viagem para o Japão (Como está em imagens e não dá para embedar dei uma resumida nas respostas):
Trip: você disse que treinou no Japão em 92. Como foi?
Rickson: em agosto fui ao Japão com meu amigo e patrocinador Sérgio . Era um sonho que eu tinha conhecer o centro das artes marciais. Levei U$D 400.000,00 em cartas de crédito e uma carta do presidente da Nec no Brasil. Fomos bem recebidos e entramos em contato com as principais associações de lutadores de lá. Nao deu em nada pq os lutadores simplesmente não queriam lutar de jeito nenhum. Eu fiquei bastante decepcionado pq era uma coisa que fiquei na minha cabeça: os japoneses adoravam lutar e adoravam apostar, tínhamos o dinheiro e a disposição e não conseguimos adversários.
Trip: vc chegou a desafiar a Yakuza?
Rickson: É, nós rodamos todas as grandes academias de artes marciais locais e acabou não dando em nada, não conseguimos contato com a Yakuza.
Foto do Rickson criança treinando sob orientação de Mestre Hélio:
Ps: descrição do Rickson no inicio da matéria:
"Pegue um peito e dois braços do Van Damme, um abdômen do Bruce Lee. Duas pernas do Stallone, junte com o rosto do Marlon Brando no auge. Jogue tudo isso no caldeirão fervente do RJ, acrescente dendê, urucum e uma dose de whisky escocês e depois de 30 anos vc terá Rickson Gracie!"
Fonte: http://books.google.com.br/books?id=0C0 ... =html_text
A entrevista eh muito boa, com perguntas fugindo do habitual. Ficando no tema do tópico, Mestre Rickson conta de sua primeira viagem para o Japão (Como está em imagens e não dá para embedar dei uma resumida nas respostas):
Trip: você disse que treinou no Japão em 92. Como foi?
Rickson: em agosto fui ao Japão com meu amigo e patrocinador Sérgio . Era um sonho que eu tinha conhecer o centro das artes marciais. Levei U$D 400.000,00 em cartas de crédito e uma carta do presidente da Nec no Brasil. Fomos bem recebidos e entramos em contato com as principais associações de lutadores de lá. Nao deu em nada pq os lutadores simplesmente não queriam lutar de jeito nenhum. Eu fiquei bastante decepcionado pq era uma coisa que fiquei na minha cabeça: os japoneses adoravam lutar e adoravam apostar, tínhamos o dinheiro e a disposição e não conseguimos adversários.
Trip: vc chegou a desafiar a Yakuza?
Rickson: É, nós rodamos todas as grandes academias de artes marciais locais e acabou não dando em nada, não conseguimos contato com a Yakuza.
Foto do Rickson criança treinando sob orientação de Mestre Hélio:
Ps: descrição do Rickson no inicio da matéria:
"Pegue um peito e dois braços do Van Damme, um abdômen do Bruce Lee. Duas pernas do Stallone, junte com o rosto do Marlon Brando no auge. Jogue tudo isso no caldeirão fervente do RJ, acrescente dendê, urucum e uma dose de whisky escocês e depois de 30 anos vc terá Rickson Gracie!"
Fonte: http://books.google.com.br/books?id=0C0 ... =html_text
Re: Rivalidades, histórias e causos do Jiu Jitsu e afins.
Estava fuçando na net e achei um antigo blog da BTT feito pelo Bebeo Duarte.
O blog nao existe mais.
Fiquei muito curioso e procurei no wayback machine.
Excelentes historias!! postando a historia do tópico alinde cima com o final:
Ps: endereço no wayback http://web.archive.org/web/200801010000 ... antopteam/
O blog nao existe mais.
Fiquei muito curioso e procurei no wayback machine.
Excelentes historias!! postando a historia do tópico alinde cima com o final:
--------------------------------------------------:Hoje eu vou contar mais uma , que quase ninguém sabia !!!
Apos a primeira participação de Vitor Belfort no UFC, ficamos todos contentes, e exitados para saber quem seria a “próxima vitima”, a concentração dos lutadores , era na Califórnia , o Vitor , o Alan Góes , o Carlson, vários moravam por la .
O “ferrabrás” da época era o Tank About , um bebedor de cerveja metido a brigão , mais que os Americanos adoravam , e ele fazia bem o seu personagem , mas nos na época não queríamos nem saber , para “dominarmos” o pico , a próxima vitima tinha que ser ele.
E assim foi , o Vitor foi escalado para lutar contra ele , no seu próximo compromisso no UFC.
O evento ainda estava procurando a sua melhor forma , então as formas de disputas mudavam a toda hora , na primeira luta do Vitor , ele teve que fazer 2 lutas na noite , dessa vez contra o Tank , somente uma.
Quando foi anunciado o confronto , as provocações começaram , mas tudo bem “light”, mantendo o respeito , que particularmente acho, fica bom para o bussiness .
A luta foi aquilo que nos já sabemos , o Vitor “passou o carro” no bebedor de cerveja brigão , rápido.
Nos primordios do UFC , apos o evento havia uma confraternização entre os lutadores e equipes , jantávamos e tomávamos uns driks, era bem legal , mostrava o nosso profissionalismo , e foi na festa que se deu a “merda”.
O Vitor tinha um treinador de boxe que era muito gente fina , mas adorava tomar umas e outras ,o “menino de ouro” do UFC tinha as mãos muito rápidas , e seu treinador adorava se gabar do seu pupilo, e naquele dia não estava sendo diferente , o discurso era sobre a quantidade de socos que o Vitor tinha dado na cara do Tank em tão pouco tempo , e tudo isso regado a cerveja , muita cerveja ....
A festa estava no seu final , e somente algumas pessoas ainda estavam no salão , do nosso time , eu, Wallid, Vitor, Carlson ,a Una e o treinador de boxe do Vitor.
Eu estava sentando ao lado do Vitor conversando com ele quando , derrepente um corre corre nas nossas costas , era o Tank que havia dado um tapa na cara do treinador de boxe falador !!!
E agora !!!!
Apos o Tank ter dado um tapa na cara do treinador de boxe do Vitor , todos levantamos , e partimos para cima dele , ele correu para o lado de fora do salão , que era todo de vidro, para chamar reforço !!!
A essa altura já era um “conflito internacional”, Brasil x Usa, para cada nosso , eles tinha uns 4 , que situação !!!
Apesar de toda correria e rebuliço , não tinha havido mais nenhuma agressão física, somente xingamentos e ameaças !! hoje eu posso dizer que devia estar muito engraçado para quem estava vendo de fora , pois ficamos trancados dentro de um salão todo cercado de vidro , e em posição de luta e do lado de fora também em posição de luta os “Americanos”, estavamos pronto para a briga , separados pelo vidro, imaginem a cena !!!
Quando eu falo que hoje acho engraçado , foi porque na hora da confusão , todos ficamos tensos, achando que a porta seria aberta e a “porrada” realmente iria comer.
Outro ponto que me deixou mais tenso , foi que na hora de ficamos de frente para os nossos oponentes ( mesmo que separados pelo vidro), o que me escolheu foi nada mais nada menos que o Mark“the hammer” Coleman , e não era nada confortável ficar na posição de luta enfrente daquele mostro , dei um passo para o lado para ver se eu trocava de oponente, mas ele me acompanhou , não tinha jeito , ele havia me escolhido , era eu e ele !!!
O Carlson pedia para ficarmos calmos , e que se brigássemos iríamos todos ser presos, pois nos estávamos na “terra deles”, e ai já era UFC, todos seriamos deportados e proibidos de voltar a América.
O pessoal do UFC , andou rápido e chamou a policia , que chegou rapidamente , e acabou com o clima tenso ,deu uma dura geral nos Americanos , e nos acompanhou ate os quartos.
O nosso vôo no dia seguinte era bem cedo , então foi acertado que não sairíamos dos quartos ate o dia seguinte , que não era nada muito difícil de atender pois o incidente aconteceu já por volta das 23 horas.
Consegui dormir rápido , pois estava bem cansado , quando relaxei fui direto ateh ser acordado pelo telefonema do Carlson , “ vai ficar ai bichão, estamos todos aqui em baixo , a van já vai sair”, a mala já etava pronta , me vesti e sai correndo para o elevador , para não ficar pra trás.
Quando a porta do elevador se abriu ,adivinhem quem estava sozinho dentro !!!Isso mesmo , ele “the Hammer”, quando olhei , pensei fudeu !!!
Ele ficou me olhando e eu olhando pra ele , a minha vontade era sair fora , mas não podia dar esse “mole” pra ele , o elevador desceu rápido , quando a porta abriu deixei ele sair na frente , assim que ele passou sair correndo para encontrar o Carlson e o resto do nosso time , assim que me viu , o velho disse , “calma bebeo , eu não ia de deixar ai não , fica tranqüilo , você esta com uma cara de quem viu um fantasma !!!!
Depois que contei o ocorrido no elevador com os detalhes da noite anterior , todos entenderam a minha cara de assustado , mas riram do ocorrido e claro , me “zuaram” muito.
Depois eu conto mais !!!!
Ps: endereço no wayback http://web.archive.org/web/200801010000 ... antopteam/
Re: Rivalidades, histórias e causos do Jiu Jitsu e afins.
Mais uma do Blog do Bebeo
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Estávamos os 4 na casa do Carlson, eu , Murilo,Carlão e o Zé Mario. Depois da primeira semana não estava mais sendo possível conviver. Muita bagunça, um apartamento muito pequeno, então saímos e fomos alugar um lugar para ficarmos. Não podia ser muito caro e nem longe da academia.
Encontramos um apart hotel. O lugar era um pouco antigo , mas estava no preço que podíamos pagar , era um apartamento de 3 quartos com sala , cozinha ,varanda e o principal:2 banheiros !!!
Nosso treino era dividido: segundas, quartas e sextas parte de chão e bloqueio na academia do Carlson e nas terças e quintas treinávamos boxe na academia do Steve Petramale, que era na época o responsável pelo boxe do nosso time. O Carlson sempre nos acompanhava nos treino de boxe e ensinava para o Steve a forma que ele achava legal de combinar o boxe com o “vale-tudo”, pois não estávamos ali para aprender a lutar o boxe, para disputar campeonatos de boxe e sim para usar desse conhecimento nos eventos de “vale-tudo”. O Steve é um ótimo professor de boxe e também adorava o “Velho”, e claro que fazia sempre as coisas de uma forma que ele também não tomasse umas puxadas de orelha do “Velho”.
Estavam presentes nesses treinos alem de nós 4 , o Vitor Belfort, Rodrigo Medeiros, Sergio Cohen, Allan Góes,Wallid Ismail, Todd Medina , e mais alguns alunos. Nessa época a amizade que havia entre os membros do time era muito grande, uma coisa meio maçonaria, era muito forte e ao mesmo tempo muito fechada. Nos treinos muitas vezes na hora de bater havia uma certa aliviada, quando achávamos que era hora de aliviar e o Carlson ficava louco com isso, reclamava, mas nada mudava. Nossos treinos mais pesados onde o pau comia mesmo eram sempre às sextas.
Numa das muitas quintas-feiras, que estávamos por lá na “nossa casa”, recebi uma ligação do “Velho” tarde da noite. Ele me perguntava se eu já sabia do que o Wallid estava comentando de mim e tal, me pedia para ter calma, mas que o “Paraíba” estava falando pelos 4 cantos que amanhã no bloqueio me queria , pois ia acabar comigo, que eu era muito fraco e por ai vai, na hora eu respondi que podia colocar quantas vezes ele quisesse, pois ia acabar com a raça dele, ele me pediu mais uma vez calma e desligou.
O telefone lá de casa tocou mais umas vezes e não fui mais eu que atendi. No dia seguinte nós tivemos o melhor treino de bloqueio que já havíamos feito. A porrada comeu solta , eu treinei com o Wallid umas 3 vezes, queria arrancar a cabeça dele fora! Todos treinamos muito forte e sem sinal de querer aliviar os amigos. Sempre íamos almoçar no mesmo restaurante, todos juntos, o “Velho” não ia. Ele gostava de comer em outro lugar... Sentamos no restaurante e começamos a conversar sobre o treino e tal, até que um perguntou para o outro essa história de ficar falando que ia fazer a acontecer no treino. Para surpresa geral, ninguém havia falado nada e todos tinham recebidos o mesmo telefonema provocador, sempre colocando uns contra os outros. Na hora ficamos “p” da vida com o Carlson e fomos atrás dele para esclarecer o ocorrido .
Ele já estava esperando e com uma cara muito cínica, disse:”Vocês são muito amigos e vi que o treino não estava do jeito que eu gostaria que estivesse, então usei uma tática galista: Ericei os galos!”
Ele deu uma provocada em todos e o treino ficou do jeito que ele queria... Acho que depois desse dia nunca mais o treino foi de outra forma - sempre os galos estavam eriçados.
Grande Carlson...
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Estávamos os 4 na casa do Carlson, eu , Murilo,Carlão e o Zé Mario. Depois da primeira semana não estava mais sendo possível conviver. Muita bagunça, um apartamento muito pequeno, então saímos e fomos alugar um lugar para ficarmos. Não podia ser muito caro e nem longe da academia.
Encontramos um apart hotel. O lugar era um pouco antigo , mas estava no preço que podíamos pagar , era um apartamento de 3 quartos com sala , cozinha ,varanda e o principal:2 banheiros !!!
Nosso treino era dividido: segundas, quartas e sextas parte de chão e bloqueio na academia do Carlson e nas terças e quintas treinávamos boxe na academia do Steve Petramale, que era na época o responsável pelo boxe do nosso time. O Carlson sempre nos acompanhava nos treino de boxe e ensinava para o Steve a forma que ele achava legal de combinar o boxe com o “vale-tudo”, pois não estávamos ali para aprender a lutar o boxe, para disputar campeonatos de boxe e sim para usar desse conhecimento nos eventos de “vale-tudo”. O Steve é um ótimo professor de boxe e também adorava o “Velho”, e claro que fazia sempre as coisas de uma forma que ele também não tomasse umas puxadas de orelha do “Velho”.
Estavam presentes nesses treinos alem de nós 4 , o Vitor Belfort, Rodrigo Medeiros, Sergio Cohen, Allan Góes,Wallid Ismail, Todd Medina , e mais alguns alunos. Nessa época a amizade que havia entre os membros do time era muito grande, uma coisa meio maçonaria, era muito forte e ao mesmo tempo muito fechada. Nos treinos muitas vezes na hora de bater havia uma certa aliviada, quando achávamos que era hora de aliviar e o Carlson ficava louco com isso, reclamava, mas nada mudava. Nossos treinos mais pesados onde o pau comia mesmo eram sempre às sextas.
Numa das muitas quintas-feiras, que estávamos por lá na “nossa casa”, recebi uma ligação do “Velho” tarde da noite. Ele me perguntava se eu já sabia do que o Wallid estava comentando de mim e tal, me pedia para ter calma, mas que o “Paraíba” estava falando pelos 4 cantos que amanhã no bloqueio me queria , pois ia acabar comigo, que eu era muito fraco e por ai vai, na hora eu respondi que podia colocar quantas vezes ele quisesse, pois ia acabar com a raça dele, ele me pediu mais uma vez calma e desligou.
O telefone lá de casa tocou mais umas vezes e não fui mais eu que atendi. No dia seguinte nós tivemos o melhor treino de bloqueio que já havíamos feito. A porrada comeu solta , eu treinei com o Wallid umas 3 vezes, queria arrancar a cabeça dele fora! Todos treinamos muito forte e sem sinal de querer aliviar os amigos. Sempre íamos almoçar no mesmo restaurante, todos juntos, o “Velho” não ia. Ele gostava de comer em outro lugar... Sentamos no restaurante e começamos a conversar sobre o treino e tal, até que um perguntou para o outro essa história de ficar falando que ia fazer a acontecer no treino. Para surpresa geral, ninguém havia falado nada e todos tinham recebidos o mesmo telefonema provocador, sempre colocando uns contra os outros. Na hora ficamos “p” da vida com o Carlson e fomos atrás dele para esclarecer o ocorrido .
Ele já estava esperando e com uma cara muito cínica, disse:”Vocês são muito amigos e vi que o treino não estava do jeito que eu gostaria que estivesse, então usei uma tática galista: Ericei os galos!”
Ele deu uma provocada em todos e o treino ficou do jeito que ele queria... Acho que depois desse dia nunca mais o treino foi de outra forma - sempre os galos estavam eriçados.
Grande Carlson...
Re: Rivalidades, histórias e causos do Jiu Jitsu e afins.
Mais uma tirada do blog do Bebeo Duarte. Versão dele para a histórica noite do JJ X luta livre:
fonte: http://web.archive.org/web/200712290544 ... antopteam/Depois das nossas apresentações ,pois começamos a escrever aqui no blog a pouco tempo , vamos falar de MMA (mixed martial arts), ou mistura de artes marciais.
para quem não sabe o termo MMA , eh o nome globalizado do vale tudo , esporte esse que vem crescendo de maneira assustadora pelo mundo, principalmente nos estados unidos da América.
A partir de agora vamos dar uma volta pelo passado , e contar um pouco desse nosso esporte .
MMA ,sempre teve seu espaço aqui no Brasil , desde os tempos que meu grande mestre Carlson Gracie era um dos maiores, se não o maior ,representante de sua geração , atravez de historias contadas por ele , fiquei sabendo das “verdadeiras batalhas” que ocorriam pelo Brasil a fora em meados dos anos 60.
E foi justamente la, na academia Carlson Gracie, na rua silva castro que nos preparamos para fazer a volta oficial do então na época vale tudo.isso ocorreu no ano de 1991, depois de um desafio feito pelo pessoal da luta livre, e prontamente aceito pelos representantes do JIU-JTSU .
Depois do desafio aceito , os que mandavam no JIU-JITSU, acertaram que o Carlson iria treinar os escolhidos para esse confronto que na época era considerado se suma importância para manter a hegemonia da nossa arte marcial que era questionada pelo pessoal da luta livre .
Depois de alguns treinos feitos, os nomes foram selecionados ,e a preparação começou a acontecer,sempre la na academia da silva castro , com a supervisão do nosso grande mestre Carlson.
Os nomes escolhidos para a esse primeiro desafio da nova geração , foram :Wallid Ismail,Fabio Gurgel, Murilo Bustamante e Marcelo bering, eles lutariam contra os atletas escolhidos pelo pessoal da luta livre, que foram :Eugenio Tadeu,Marcelo mendes ,Hugo Duarte e Denílson .
Hoje ficamos por aqui , amanha tem mais !!!
da esquerda para direita , em pe: murilo bustamante.fabio gurgel,wallid ismail, carlson gracie,marcelo behing,francisco trivelas.
da esquerda para direita ajoelhados: jose mario sperry,luis roberto duarte(bebeo),allan goes ,e ricardo cavalcanti
Depois , de escolhidos os atletas, vieram os casamentos das lutas,
Wallid Ismail x Eugenio Tadeu
Murilo Bustamante x Marcelo Mendes
Marcelo Behing x Hugo Duarte
Fabio Gurgel x Denílson
Esses ai seriam os combates , já estava tudo definido , durante os treinamentos , o Marcelo teve um problema no braço ( cotovelo) , e não poderia mais participar , problema que foi resolvido com a inclusão do atleta Amaury Bitetti , pena que algumas semanas depois de ser anunciado como o substituto do Marcelo , Amaury descobriu que estava com hepatite e não poderia participar.
Foi uma baixa nas lutas , tínhamos atletas treinando , todos com condições de substituir dessa vez o Amaury , mas não foi permitido pelo Carlson pois não éramos faixas preta , ele achava que soh faixas preta estariam completamente preparado para representar o jiu jitsu .
Mas alguns de vocês podem vir a me perguntar , e o Wallid , ele não era faixa marrom ? isso eh verdade , e foi uma batalha interna que o Walla , teve que vencer , pois ele era um dos mais empolgados em participar , teve seu nome escolhido pelo próprio adversário , o Eugenio.
O Wallid quando soube que não iria participar por não ser faixa preta , fez uma campanha para conseguir dobrar o Carlson, depois de muita conversa o acordo foi feito , ele tinha que provar a cada treino que merecia estar ali , ele foi o mais cobrado de todos , os que lutaram , e na verdade era o que realmente precisava mais mostrar a que veio !!!
Essa época foi muito boa , foi uma época que nos do jiu jitsu , não importava a academia estávamos todos juntos , para mostrar a superioridade da nossa luta.
Eu me lembro de alguns treinos bem improváveis em condições normais , tipo
Eu , Murilo Bustamante, Fabio Gurgel,Marcelo behing,Romero ‘Jacare”, Carlos Gracie Jr, todos na academia do Jacaré , ali em Ipanema.
Todos juntos em prol do jiu jitsu !!
E o grande dia se aproxima , quando soubemos que iria passar na “Globo’ , ficamos amarradões, imagina !!! lutávamos por medalhas !!! e agora estávamos ali representando o jiu jitsu , formamos uma espécie de “tropa de elite” todos que estavam mais próximos , ali no dia a dia dos treinamentos ( meu caso especifico) não conseguiam esconder a felicidade de estar fazendo parte desse acontecimento , que poderia mudar o rumo do nosso esporte no brasil .
Amanha tem mais !!!
O evento ocorreu no dia 31/8 de 1991, e os resultados das lutas foram ,
Wallid Ismail venceu Eugenio Tadeu , Murilo Bustamante venceu Marcelo Mendes e o Fabio Gurgel venceu o Denílson , foi uma grande vitória do JIU JITSU, e o primeiro passo para acabar com a rivalidade que existia na época , entre os lutadores de JIU JITSU e os lutadores de LUTA LIVRE.
Nessa mesma época , nos USA, um membro da família Gracie jah rascunhava no papel o evento que 2 anos depois ,viria ser o primeiro passo rumo ao “futuro” no nosso esporte.
Foi no ano de 1993 que surgia o ULTIMATE FIGHT CHAMPIONSHIP (UFC) , criação de Rorion Gracie , Art Davis e mais um produtor de cinema de Holliwood que era aluno de JIU JITSU do Rorion.
A idéia que a família Gracie sempre pregou , foi que com o JIU JITSU , o mais fraco , poderia vencer o mais forte , e foi com essa idéia que os primeiros shows aconteceram, , sempre sem limite de peso para cada atleta e sem tempo para terminar o combate , que era feito numa “jaula” , o hoje famoso octógono. Cada participante poderia fazer ate 3 lutas na noite para sair dono do cinturão .
O primeiro campeão dos torneios do UFC , foi o Royce Gracie , que vem a ser irmão do Rorion,
Essa formula de disputa , idealizada pelo Rorion para o UFC, onde o JIU JITSU se sobressaia não era a mais comercial , pois o evento não tinha hora para terminar , o que inviabilizava a transmissão pela televisão , e sem a tv , nada de dinheiro . A formula teria que ser mudada , como não concordava , Rorion vendeu a sua participação e o UFC , começou a ficar com o formato que tem nos dias de hoje..
Re: Rivalidades, histórias e causos do Jiu Jitsu e afins.
LAWYER escreveu: Amigos, há algum tempo o Hall enviou-me este link: http://www.nhbgear.com/forum/index.php/ ... 913.0.html
De um forum gringo, com o título “Why isn't Rickson in Rorion's Tourney ??” .
A partir da página 3, um usuário de nick “jjjunkie”, ex-aluno da lendária Gracie Torrance, dá depoimentos preciosíssimos sobre a vida dos filhos de Hélio nos EUA. Para quem gosta de saber sobre Rickson e Royce é um prato cheio! É o “portas fechadas” gringo!
Pra quem não sabe inglês, colocando os textos no tradutor do Google dá pra ter uma idéia bem próxima, hehehe...
Muito obrigado ao Hall, uma boa leitura a todos, evitem o álcool, treinem, meus amigos, treinem!
Re: Rivalidades, histórias e causos do Jiu Jitsu e afins.
Blog q mestre Lawyer postou, tradução by DaniloFtJJ
Uma vez levei o royce para treinar em uma academia de wrestling em Long Beach e só tinha cara com mais de 100kg que treinavam submission. Primeiro comecei treinar com esses caras e pra mim eram super homens.Vendo o Royce, um cara magrinho fazendo todos esses cara bater sem esforço nenhum, me faz pensar do Royce como um deus, como que alguem ganharia dele? Mas vendo ele treinar com o rickson era como ver um leão com um filhote. Eu não acreditava! parecia mentira, como se fosse um filme, com o rickson jiu jitsu era mais que uma arte marcial, era um estilo de vida. Com o rickson tudo que que vc aprende no jiu jitsu se aplica a vida. Como conquistar o medo? Aprender humildade?(no meu conhecimento o Rickson nunca falou que era o melhor, uma vez lhe perguntei e ele disse que não era ele quem decidia isso) E le dizia que como vc luta é como vc deveria viver sua vida, vc não pode forçar na vida as coisas para irem do seu jeito, vc não pode forçar as pessoas para fazerem o que vc deseja. Vc pode motivar e guiar eles. Vc precisa aproveitar das oportunidades. O rickson nunca falou que vou ganhar desse cara com um estrangulamento ou com um armlock. Uma vez ele me disse que suas vitorias ou derrotas vão depender do que o seu oponente lhe dar, e se ele pode ou não aceitar. Talvez ele não me da nada, não tem garantia na vida. Talvez eu lhe dou algo e ele aceita.... e eu perco. Mas desde os 18 anos ninguem aceitou o que eu dei, e nunca perdi a oportunidade de tomar o que alguem me deu.
---------
Lembrei de uma historia que o rickson me contou de quando ele se aventurou no wrestling. Royler era o tecnico dele e eles tinham certeza que o rickson ganharia tudo pq pensaram que não tinha wrestlers brasileiros de qualidade. Se un me lembro diretior era uma competição de nivel mundial, e o que estragou os planos deles, foi quando o royce descobriu que teriam cubanos na competição que realmente sabiam lutar, acho que ele tinha perdido para um antes. Deu que o Rickson lutaria contra um desses cubanos, o royler viu que como cornerman sua melhor dica seria falar pro irmão mais velho ''Rickson, vc não tem como ganhar desse cara, da uma porrada nele e seja desclassificado''. O rickson falou que não acreditava no que seu irmão estava mandando ele faze. Eles lutaram por um tempo, e colocaram os dois wrestler naquela posição em que o rickson ficou de quatro apoios e o cubano ficou por tras dele. Logo antes de o juiz apitar para começar o combate o royler gritou '' Da uma porrada nele e seja deslassificado'', assim que ouviu o apito o rickson deu uma cotevelada na cara do cubano, sangue pra todo lado. O treinador do cubano correu pra dentro do tatame pra cuidae do seu lutador, e antes de o juiz entender o que estava acontecendo, ele desclassificou o cubano por seu treinador ter invadido a area de luta!
Uma vez levei o royce para treinar em uma academia de wrestling em Long Beach e só tinha cara com mais de 100kg que treinavam submission. Primeiro comecei treinar com esses caras e pra mim eram super homens.Vendo o Royce, um cara magrinho fazendo todos esses cara bater sem esforço nenhum, me faz pensar do Royce como um deus, como que alguem ganharia dele? Mas vendo ele treinar com o rickson era como ver um leão com um filhote. Eu não acreditava! parecia mentira, como se fosse um filme, com o rickson jiu jitsu era mais que uma arte marcial, era um estilo de vida. Com o rickson tudo que que vc aprende no jiu jitsu se aplica a vida. Como conquistar o medo? Aprender humildade?(no meu conhecimento o Rickson nunca falou que era o melhor, uma vez lhe perguntei e ele disse que não era ele quem decidia isso) E le dizia que como vc luta é como vc deveria viver sua vida, vc não pode forçar na vida as coisas para irem do seu jeito, vc não pode forçar as pessoas para fazerem o que vc deseja. Vc pode motivar e guiar eles. Vc precisa aproveitar das oportunidades. O rickson nunca falou que vou ganhar desse cara com um estrangulamento ou com um armlock. Uma vez ele me disse que suas vitorias ou derrotas vão depender do que o seu oponente lhe dar, e se ele pode ou não aceitar. Talvez ele não me da nada, não tem garantia na vida. Talvez eu lhe dou algo e ele aceita.... e eu perco. Mas desde os 18 anos ninguem aceitou o que eu dei, e nunca perdi a oportunidade de tomar o que alguem me deu.
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Lembrei de uma historia que o rickson me contou de quando ele se aventurou no wrestling. Royler era o tecnico dele e eles tinham certeza que o rickson ganharia tudo pq pensaram que não tinha wrestlers brasileiros de qualidade. Se un me lembro diretior era uma competição de nivel mundial, e o que estragou os planos deles, foi quando o royce descobriu que teriam cubanos na competição que realmente sabiam lutar, acho que ele tinha perdido para um antes. Deu que o Rickson lutaria contra um desses cubanos, o royler viu que como cornerman sua melhor dica seria falar pro irmão mais velho ''Rickson, vc não tem como ganhar desse cara, da uma porrada nele e seja desclassificado''. O rickson falou que não acreditava no que seu irmão estava mandando ele faze. Eles lutaram por um tempo, e colocaram os dois wrestler naquela posição em que o rickson ficou de quatro apoios e o cubano ficou por tras dele. Logo antes de o juiz apitar para começar o combate o royler gritou '' Da uma porrada nele e seja deslassificado'', assim que ouviu o apito o rickson deu uma cotevelada na cara do cubano, sangue pra todo lado. O treinador do cubano correu pra dentro do tatame pra cuidae do seu lutador, e antes de o juiz entender o que estava acontecendo, ele desclassificou o cubano por seu treinador ter invadido a area de luta!
Re: Rivalidades, histórias e causos do Jiu Jitsu e afins.
Mais uma do topico gringo:
(Respondendo outro forista)
Ps: o japonês eh o Anjo
Foto by mestre Lawyer
[/quote]
Spoiler:
Se vc estava lá naquela época provavelmente rolamos juntos. A escola do Rickson estava começando e ainda era bem fechada. vc estava lá qdo aquele japonês apareceu com sua turma e desafiou o Rickson? Limao teve que chamar o Rickson e tirar ele da cama e, como um verdadeiro guerreiro, Rickson aparece de pijama com cara de quem acabou de acordar pq ele tinha acabado de vir de uma competição no Japão. Depois de bater no cara e reduzir à uma massa de sangue, lembra que o Maurício pegou um pedaço da camiseta ensangüentada do japonês e levou como souvinir. Nao havia pensado na época, mas foi uma grande jogada pois ele poderia conseguir um bom preço no no Ebay.
Ps: o japonês eh o Anjo
Foto by mestre Lawyer
[/quote]
Re: Rivalidades, histórias e causos do Jiu Jitsu e afins.
Histórica luta de Hélio x Kimura contada pelo próprio Kimura:
Depois posto a outra parte do Kimura x Waldemar Santana, senão o post ia ficar gigante
OSS
Fontes: http://www.judoctj.com.br/meu-judo-masahiko-kimura/
http://judoinfo.com/kimura4.htm
------------------------------Kimura é um nome muito conhecido tanto no Judô como no Jiu-Jitsu. Os leigos conhecem apenas pelo nome utilizado no BJJ à técnica chamada ude-garami. Mas Kimura foi o judoca que, depois de uma árdua batalha com Hélio Gracie, na década de 50, conseguiu vencê-lo. Mas o mais impressionante neste relato foi sua luta contra Waldemar Santana, que ocorreu na Bahia.
O texto abaixo foi escrito pelo próprio Kimura e relata de forma belíssima a sua luta contra Hélio Gracie, a vitória de Hélio sobre Kato, outro judoca japonês da equipe de Kimura e outras lutas que realizou no Brasil, como a luta contra Waldemar Santana, na Bahia.
Meu Judo – Por Masahiko Kimura
Depois de retornar do Havaí, eu fui para o Brasil por convite da São Paulo Shibun (Nota: Jornal local japonês em São Paulo). A São Paulo Shibun, que estava em prejuízo, teve a idéia de fazer pro wrestling para reviver os negócios. O período de contrato foi de 4 meses. Os participantes eram eu, Yamaguchi, e Kato 5º dan. Essa iniciativa foi de grande sucesso. Aonde quer que fossemos, a arena estava lotada. Isso fez o presidente Mizuno da São Paulo Shinbun muito feliz. Quando pedimos por aumento, ele triplicou o nosso pagamento inicial imediatamente. Em adição ao pro wrestling, nós ensinavamos Judô aonde quer que fossemos.
Kimura, com 24 anos de idade
Um dia, Hélio Gracie, 6º dan de Judô, lançou um desafio a nós. A regra da luta era diferente da de Judô ou de pro wrestling. O vencedor era decidido apenas por finalização. Não importavava quão claramente uma queda fosse aplicada ou por quanto tempo um Osaekomi durasse, não importava. Ele lançou um desafio a Kato 5º dan primeiro. O gongo soou. Kato estava com bom condicionamento, e arremessou Hélio algumas vezes. Porém, passados 15 minutos, eu comecei a ver frustação no rosto de Kato. Os arremessos não faziam nenhum dano a Hélio já que o tatame era macio. Na marca dos 30 minutos, estava evidente que Kato estava cansado. “O que é isso, Kato, vá para o Newaza, não fique de pé!”, a platéia japonesa gritava. Kato então derrubou Hélio com o-soto-gari, montou em Hélio, e começou um Juji-jime. A platéia gritava em empolgação. Mas, eu observei cuidadosamente, e Hélio também estava aplicando um estrangulamento de baixo. Eles estavam tentando estrangular um ao outro. Isso durou cerca de 3 ou 4 minutos. O rosto de Kato começou a empalidecer. Eu gritei, “pare!” ao juíz, e pulei na arena. Quando Hélio liberou o golpe, Kato caiu no tatame, com a cara no chão. Dois dias depois dessa luta, eu vi estudantes de Hélio descendo uma rua da cidade carregando um caixão. Eles estavam gritando, “O judoca japonês Karo está nesse caixão. Ele foi morto por Hélio. Nós pedimos seu apoio para o mestre de Judô Hélio Gracie!”
[Veja aqui o vídeo da luta de Hélio Gracie contra Kato]
Depois dessa luta, a popularidade de nosso show de pro wrestling declinou rapidamente. Os japoneses que encontrávamos nas ruas murmuravam, “eles devem ser fraudes, perdendo de um jeito tão patético.” Hélio lançou um novo desafio, dessa vez a Yamaguchi. O presidento Mizuno do Jornal paulista também implorava, “Sr. Yamaguchi, por favor mate Hélio, dessa vez.” Se ele lutasse Judô sob as regras japonesas, Yamaguchi era superior a Hélio tanto em Tachi-waza quanto no Newaza. Mas sob a regra brasileira, Se Hélio fosse imobilizado no chão, tudo o que ele tinha que fazer era ficar calmo e tomar cuidado para não ser pego em um estrangulamento ou chave. Hélio poderia lutar por um empate dessa maneira. Se ele usasse essa tática, seria difícil para Yamaguchi fazer Hélio desistir. Eu então disse a Yamaguchi, “Não se incomode para bolar um plano para fazer Hélio desistir. Eu aceitarei o desafio.” Até o dia da luta, nós continuamos a fazer shows de pro wrestling todos os dias. Três dias antes da luta, um jornal local lançou uma grande manchete, dizendo que “Kimura não é um japonês. Ele parece um cambojano. Hélio não pode lutar contra um falso japonês.” Eu fiquei surpreso de ver isso. Eu corri para a Embaixada do Japão com meu passaporte, e obtive uma prova que eu era japonês.
Kimura aplicando o Ude Garami em Hélio Gracie
20.000 pessoas vieram ver a luta, incluindo o presidente do Brasil. Hélio tinha 1,80m e 80kg. Quando entrei no estádio, encontrei um caixão. Perguntei o que era. Me disseram, “É para Kimura, Hélio trouxe.” Era tão engraçado que quase dei uma gargalhada. Enquanto me aproximava do ringue, ovos eram lançados em mim. O gongo tocou. Hélo me agarrou pelas duas lapelas, e me atacou com um O-soto-gari e Kouchi-gari. Mas ele não me moveu nem um pouco. Agora era minha vez. Eu o joguei no ar por O-uchi-gari, Harai-goshi, Uchimata, Ippon-seoi. Por volta de 10 minutos de luta, eu o lancei por O-soto-gari. Eu planejava causar uma concussão. Mas já que o tatame era muito macio não teve muito efeito nele. Enquanto continuava a lançá-lo, estava pensando em um modo de finalizar. Eu o arremessei por O-soto-gari novamente. Assim que Hélio caiu, eu o imobilizei por Kuzure-kami-shiho-gatame. Eu mantive por dois ou três minutos, e então tentei sufocá-lo pela barriga. Hélio balançava sua cabeça tentando respirar. Ele não aguentava mais, e tentou empurrar meu corpo esticando seu braço esquerdo. Nesse instante, eu agarrei seu pulso esquerdo com minha mão direita, e torci seu braço. Apliquei Udegarami. Eu pensei que ele iria desistir imediatamente. Mas Hélio não bateu no tatame. Não tive escolha a não ser continuar a torcer o seu braço. O estádio silenciou. O osso de seu braço estava se aproximando do ponto de quebrar. Finalmente, o som do osso quebrando ecoou no estádio. Ainda assim Hélio não desistiu. Seu braço esquerdo já estava inutilizado. Sob essa regra, eu não tinha outra escolha a não ser torcer o seu braço novamente. Tinha muito tempo ainda sobrando. Eu torci o seu braço esquerdo novamente. Outro osso quebrou. Hélio ainda não bateu. Quando tentei torcer o braço novamente, uma toalha branca foi jogada. Venci por TKO(nocaute técnico). Minha mão foi erguida. Japoneses brasileiros correram para a arena e me ergueram. Por outro lado, Hélio deixava seu braço esquerdo pendendo e parecia muito triste, resistindo a dor.
Depois posto a outra parte do Kimura x Waldemar Santana, senão o post ia ficar gigante
OSS
Fontes: http://www.judoctj.com.br/meu-judo-masahiko-kimura/
http://judoinfo.com/kimura4.htm
Re: Rivalidades, histórias e causos do Jiu Jitsu e afins.
Vamos para a segunda parte com a luta do Kimura com o Waldemar Santana, agora devidamente quotado,
Fonte 2: http://judoinfo.com/kimura4.htm" onclick="window.open(this.href);return false;
Fonte: http://forum.portaldovt.com.br/forum/in" onclick="window.open(this.href);return false; ... pic=125100Azulzinho escreveu:
Em novembro de 1951, Eu fundei a Kokusai Pro Wrestling Association. Depois de eu voltar dos EUA fazendo lutas de pro wrestling, fiz shows de pro wrestling pelo Japão. Nesses dias, Rikidozan também começou uma nova organização chamada Japan Pro Wrestling Association. Então, a mídia de massa começou a falar sobre uma luta Kimura vs Rikidozan. Eu encontrei com Rikidozan e perguntei sua opinião. Ele disse, "essa é uma boa idéia. Nós poderemos conseguir uma fortuna. Vamos fazer!" A primeira luta seria um empate. O vencedor da segunda seria determinado pelo vencedor de um pedra-papel-tesoura. Depois da segunda luta, repetiríams o processo. Nos chegamos a um acordo sobre essa decisão. Quanto ao conteúdo da luta, Rikidozan deixaria eu arremessá-lo, e eu o deixaria me acertar com um golpe de faca da mão. Nós então trocaríamos golpes e arremessos. Porém, quando a luta começou, Rikidozan foi tomado pela ganância do dinheiro e fama. Ele perdeu a cabeça e se tornou um homem louco. quando eu vi ele erguendo a mão, abri meus braços para receber o golpe. Ele desferiu o golpe, mas não no meu peito, e sim no pescoço com toda a força. Eu cai no chão. Ele então me chutou. As artérias do pescoço são tão vulneraveis que não precisaria ser Rikidozan para me causar um knock down. Um colegial poderia infligir um knock down dessa forma. Eu não poderia perdoar essa traição. Aquela noite, recebi um telefonema informando-me que vários yakuza estavam a caminho de Tóquio para matar Rikidozan.
Enm março de 1955, eu fui ao México para fazer lutas de pro wrestling. Oito meses depois, eu fui a França para ensinar Judô durante o dia e fazer Pro Wrestling à noite. Fiz o mesmo em Londres. Depois de passar quase um ano em Paris e Londres, respectivamente, eu fui para a Espanha ensinar Judô e fazer lutas de Pro-Wrestling, e fiquei lá por quatro mêses. Então voltei a Paris para ensinar Judô por uma semana, e voltei ao Japão em janeiro de 1958. Assim que eu cheguei na estação Kumamoto, eu fiquei surpreso de ver 80 ou 90 mulheres bem vestidas alinhadas. Me perguntei se alguma celebridade tinha chegado a cidade. Minha pergunta foi logo resolvida. Sugiyama, vice presidente do "Cabaré Kimura", tinha alinhado as anfitriãs. Antes de eu partir para o México, eu deixei-o administrando o cabaré. Enquanto trabalhava como dono do cabaré, eu contatei promotores de Pro-Wrestling em Londres, França Alemanha e Brasil. O Sr. Takeo Yano no Brasil me respondeu imediatamente. Ele era da prefeitura de Kumamoto, e tambem um graduado da Chinsei Junior High, oito anos antes de mim. Decidi ir ao Brasil novamente.
"Se você se recusar a lutar hoje, a platéia furiosa vai colocar fogo na arena. Se essa arena for queimada, vou fazê-lo ser o responsável pelos danos., o promotor me disse de maneira agressiva. "Não seja ridículo", Yano rapidamente respondeu, e contiou, "o médico disse a ele para não lutar. Ele não está em condições de luta. A luta deve ser adiada". Eu tinha torcido meu joelho esquero quando demonstrava técnicas de Judô no Rio de Janeiro. Mas a arena já estava lotada, mais de 5000 pessoas estavam esperando fora da arena. A hora da luta começar já tinha passado. A platéia estava vaiando. Para o promotor, o dinheiro era mais importante do que minha lesão. Eventualmente, eu e Yano fomos levados a uma sala onde três policiais negros estavam reunidos. Um homem pequeno apareceu por trás dos policiais, e disse a mim, "você é um japonês, Sr.Kimura, não é? Meu pai também é japonês. A um tempo atrás um boxeador não lutou devido a uma lesão. A platéia então ficou tão furiosa que colocou fogo na arena. A arena queimou por inteira. Ninguém sabe quem começou o incêndio. Além disso, o boxeador foi alvejado com uma pistola em sua volta para casa. Foi morto instantaneamente. Ninguém sabe também quem disparou nele. Sr. Kimura, é melhor você lutar esta noite. Mesmo se perder, é melhor do que ser morto por tiros." Ele também disse que era o único japonês na cidade, e todo o resto eram negros.
Agora eu tinha que tomar uma decisão. Meu oponente Waldemar Santana era um homem negro de 25 anos, e era um campeão peso-pesado de boxing. Ele era quarto dan em Judô, e também um campeão de capoeira. Tinha 1,83m, um corpo bem proporcional e físico impressionante. Seu peso era próximo de 100kg. A Bahia, onde a luta aconteceu, é uma cidade portuária onde os escravos negros eram descarregados. Os escravos eram proibidos de portarem armas. Como resultado, muitos estilos de artes marciais foram desenvolvidos por eles, eu escutei. Vale Tudo é um desses estilos marciais. No sul de São Paulo, Pro Wrestling é popular. Mas conforme se avança para o norte, mais popular o Vale Tudo se torna. Hélio Gracie, com quem eu tinha lutado previamente, era um campeão em Vale Tudo. Mas Waldemar Santana desafiou-o no ano passado (Nota: 1957), e depois de duas horas e dez minutos, Hélio levou um chute no abdomên, não pôde se levantar, e foi nocauteado. Então, Waldemar se tornou o novo campeão. No Vale Tudo, nenhuma falta é permitida. Uma falta é desqualificação imediata. Não é permitido calçados. Quando os lutadores são separados, não são permitidos golpes com os punhos, e eles tem que golpear com a mãos abertas. Mas assim que entram em contato, qualquer tipo de golpe é permitido com excessão de golpes na região da virilha. Todo tipo de queda e chaves eram permitidas. Já que golpes a punhos nus eram trocados, receber dois ou três golpes no olho significava fim da luta. Me disseram que havia muitos casos em que um lutador foi acertado no olho com uma cotovelada, e o globo ocular saltava da órbita pela metade, e então carregavam-o para o hospital em uma ambulância. Então, havia sempre duas ambulâncias na entrada da arena.
"Eu não tenho escolha, irei lutar." Eu disse. Então, o promotor abriu um sorriso, tirou um formulário e me disse para assiná-lo. Yano traduziu seu conteúdo, que dizia, "Mesmo se eu morrer nessa luta, isso era o que eu desejava, não farei ninguém responsável pela minha morte." Eu acenei, e assinei o formulário. No caminho para o ringue, alguém levantou seu braço e acenou para mim. Era Hélio Gracie, a quem eu não via a vários anos. Hélio estava sentado na área de transmissão por rádio. Ele era comentarista da luta. O gongo soou. Ademar e eu circulamos o ringue primeiramente. Eu levementente extendi meus dedos em uma postura "half-body" (Alguém sabe a tradução desse termo?) e me preparei para seus chutes. Waldemar, também em uma postura half-body, encolheu o queixo e os braços, como faria em uma luta de boxing. De vez em quando, ele desferia chutes altos em direção a minha cabeça. Eu bloqueei os chutes com minhas mãos, e devolvi um chute com minha perna direita. Ademar começou a desferir chutes rodados com ambas as pernas. eu dava um passo para trás e desviava-me deles, mas de repente, recebi um impacto em meu rosto que queimou como fogo. Foi um tapa com a mão aberta. Negligenciei suas mãos, prestando muita atenção aos seus chutes. Fui atingido na têmpora, e o centro da minha visão começou a embaçar, chutes rodados da direita e esquerda vieram. Quando bloqueei seu chute direito com minha mão mãe esquerda, uma dor trementa veio da ponta do meu mindinho até a parte de trás da mão. Tinha esmagado meu dedo. Troquei chutes com ele. A platéia inteira estava de pé com a emoção. Mesmo nessa situação, eu estava apto a pensar claramente. Enquanto pensava "Waldemar está um nível acima de mim tanto em chutes quanto com golpes com a mão aberta. Para vencê-lo, preciso levar a luta para o chão", outro chute atingiu meu abdômen.
Eu golpeei o chute com um golpe de esquerda de faca de mão, e pulei para aplicar uma cabeçada em seu abdômen com um ímpeto capaz de atravessar seu corpo. Isso deve ter afetado-o. Ele cobriu o abdômen, e recuou enquanto balançava. Eu queria chegar perto dele, derrubá-lo, ficar por cima e usar Newaza. Tive sucesso nisso, e pude usar cotoveladas e cabeçadas. Waldemar se recuperou dos danos, e me deu um chute na cabeça novamente. Eu me desviei do chute e me arremessei para um clinch. Eu consegui um clinch apertado para evitar dele usar joelhadas ou cotoveladas. Ficamos nas cordas. De repente, eu recebi um impacto devastador na cabeça, e ouvi um som agudo soar no meu ouvido direito. e fiquei momentaneamente inconsciente. Eu tinha recebido uma cabeçada na têmpora esquerda. Foi uma cabeçada lateral. Eu pensei que todas as cabeçadas viriam da frente. Nunca tive conhecimento de uma cabeçada lateral. "Não posso perder aqui. Devo vencer ou morrer", pensei. Guiado pela vontade, tentei achar um caminho para voltar à luta. O juíz então separou-nos. Já estávamos cobertos por sangue. A luta foi levada para o centro do ringue novamente. Waldemar lançou um tapa com a mão direita. Peguei seu braço e tentei um Ippon-seoi. Parecia que eu poderia conseguir um arremesso limpo. Porém, foi um cálculo equivocado. Estávamos ambos cobertos por suor e muita água tinha sido jogada em nossas cabeças. Além do mais ele não vestia kimono. Não havia como uma técnica assim funcionar nestas condições. Seu braço deslizou, e meu corpo rotacionou no ar e atterisei em minhas costas. "Estraguei tudo!" gritei em minha mente, mas muito tarde. Ademar imediatamente pulou em mim. Se conseguisse subir em meu peito, poderia golpear livremente meus olhos, nariz e peito com cotoveladas. Peguei-o com uma tesoura de corpo. Apertei seu corpo coom toda força na esperança de partir seu intestino. Waldemar desmoronou por um momento, mas não desistiu. Já que a tesoura de corpo não finalizou-o percebi que estava numa posição desvantajosa. Quando levantei minha cameça, vi centenas de estrelas. Recebi um soco direto entre meu nariz e meus olhos. Foi um golpe bem direcionado. A parte de trás da minha cabeça bateu no tablado.
Além disso, uma forte cabeçada atingiu meu abdômen. Eu senti que meus orgãos iriam se partir em pedaços, Uma, duas vezes, enrijeci meus musculos abdominais para aguentar o impacto, e esperei um terceiro ataque. QUando a terceira cabeçada veio, meu punho direito pegou o rosto de Waldemar de encontro. Acertei entre seu nariz e olhos. Sangue espalhou-se. Eu também estava coberto pesadamente por sangue. O sangue intergeria minha visão. "Mate-o, mate-o!" o demônio em minha cabeça gritava. Waldemar balançou, recuou e tentou correr com as costas nas cordas. Eu persegui-o lançando chutes e golpes de mão aberta. Ele lançou cabeçadas e cotoveladas. Mas, nenhum de nós conseguiu um golpe decisivo. Estávamos exaustos, ou talvez o sangue em nossos olhos preveniram que os golpes fossem certeiros. Depois de passado os 40 minutos, a luta terminou em um empate. Foi minha primeira experiência no Vale Tudo. Naquela noite, meu rosto estava terrivelmente inchado. Tinha cortes no rosto. Toda vez que respirava, uma dor excruciante percorria minha barriga, e não podia dormir. Recebi uma injeção do médico, e refresquei minha barriga com uma toalha molhada à noite. Porém, aprendi uma lição muito importante naquela luta. Que é, nunca deve-se temer a morte. Se eu não tivesse uma vontade de ferro de lutar apesar da possibilidade de ser morto, suas cabeçadas podiam ter partido meu intestino em pedaços.
Fonte 2: http://judoinfo.com/kimura4.htm" onclick="window.open(this.href);return false;
Re: Rivalidades, histórias e causos do Jiu Jitsu e afins.
Somos privilegiados de termos mestres andando entre nós, não eh?
Bom eu não tenho historia nenhuma para contar mas gosto de garimpar por aí na net, principalmente quando estou sem sono
Segue uma historia detalhando o treinamento do Marco Ruas pelo Mestre Roberto Leitão.
Bom eu não tenho historia nenhuma para contar mas gosto de garimpar por aí na net, principalmente quando estou sem sono
Segue uma historia detalhando o treinamento do Marco Ruas pelo Mestre Roberto Leitão.
Fonte: http://web.archive.org/web/201111250121" onclick="window.open(this.href);return false; ... php?area=6Amigos praticantes: “Hoje é dia de aprender!” - Errado! Todo dia é dia de aprender!
Aproveito a proximidade de alguns grandes eventos de MMA para, embora não seja exatamente a minha praia, falar alguma coisa a respeito.
Quando o grande lutador Marco Ruas iniciou sua carreira internacional, exatamente no UFC , eu estava lá e participei ativamente da sua preparação. É engraçado que uma das coisas que mais marcaram na luta final do Marco com o gigante Paul Valerans não foi a técnica ou sua força, etc, mas uns simples “pisões” (se é que um pé 45 pode dar um “simples” pisão...) que pedi para ele dar no pé do adversário. O “Polar Bear“, como era chamado, com seus 145kg e 2,08m não largava a grade de maneira nenhuma, evitando a luta franca e, naquela época, este expediente de segurar era legal. Marco não parou de pisar, obrigando o adversário a dançar como um “peru numa chapa quente”. O pé do Valerans ficou como uma verdadeira nadadeira vermelha, e os dedos colados uns aos outros. Paul me disse uns anos depois, no Brasil, que ele ficou dois meses andando de sandália... (fraturou quatro dedos) Coitado...
Me lembro bem que para a preparação do Marco para aquele torneio eliminatório de três rodadas no mesmo dia, em que se sagrou campeão, fazíamos para ele uma espécie de “circuito”, onde tentávamos reproduzir intuitivamente as condições que ele iria encontrar lá dentro do Octógono. Indo à final, faria três lutas no mesmo dia, que considero uma crueldade, e, praticamente sem tempo fixo, o desempenho muitas vezes dependia do condicionamento físico do atleta.
Outro fato importante era a preocupação em tentar reduzir ao máximo suas inevitáveis contusões para estar pronto em 30 ou 40 minutos para a próxima “batalha”. Os “entendidos de plantão” daquela época diziam que o tal “circuito” era excelente para o condicionamento físico dele. Eu, que não era um especialista na matéria, procurava me apoiar nos preparadores de nome que estavam ao nosso alcance. Marco, entretanto, que era um grande atleta na acepção da palavra, nunca abriu mão de duas coisas na sua preparação: a corrida de fundo que fazia na areia da praia do Leme ou na até água rasa e a natação sistemática, quase sempre no CR Flamengo. E também fazia musculação, fazia Levantamento Olímpico, e fazia treinos específicos de Boxe Inglês, outros de Muay Thai, onde era muito forte ,ainda também de Luta Olímpica (Wrestling ) nos dois estilos (Livre e Greco romano ) com meu filho Beto, que aprimorou o seu sprawl, e a nossa velha Luta Livre, onde minha ajuda se fazia mais presente. Completando, ainda batia saco e Punching Ball, fazia muitas aulas de alongamento e pulava muita corda. Desculpem os amigos as repetições “muito”, ”e fazia“, “muito“, foi de propósito... Todos se cansavam só de assistir, era impressionante sua disposição. Treinava finalmente o então chamado Ruas Vale-Tudo. Ufa!
Se o sparing queria agarrar, ele chutava e socava, se ele queria “trocar” ele agarrava... atendendo sempre a definição do seu estilo que ficou famoso.
Hoje as coisas são bem diferentes, especialmente na preparação física.
Ouço os especialistas dizerem, por exemplo, que nosso campeoníssimo Cesar Cielo treina menos da metade do tempo que treinava o então campeão Gustavo Borges .
Como podemos ver, as coisas mudam, e cada vez mais as novas teses e orientações são lastreadas em estudos técnicos aprofundados e experiências de alto investimento. Aquela pequena equipe improvisada de 15 anos atrás, que tinha na intuição uma grande inspiração, agora é uma equipe multidisciplinar, com três ou quatro vezes mais especialistas.
Assim, hoje, quem não acompanha, perde o bonde e fica para trás.
No “Bitetti Combat”, por exemplo, não fiquei satisfeito com o preparo físico de alguns lutadores brasileiros, embora cada um tivesse apresentado suas razões.
Tivemos a oportunidade neste ano de contar com a ajuda dos professores cubanos de Luta Olímpica, contratados especialmente pela CBLA para desenvolver a Luta no país. Todos que participaram de suas aulas constataram a profundidade de seus conhecimentos e a eficiência de seus métodos. Os Professores Pedro e Angel Torres conhecem preparação física para a Luta como poucos, e puderam nos mostrar como Cuba está desenvolvida nesta matéria.
Angel, que tem doutorado em preparação física, comentando um treino que era puxado para lutadores de MMA na nossa academia, me disse, espantado :
“Perguntei se aquele treinamento era técnico ou físico e me disseram que era tudo, técnico e físico...”
“Senhor Leitão”, continuou, “Aquilo não era nada. Estavam apenas cansando os participantes, sem ter nenhuma utilidade”.
Não era eu que estava puxando, mas percebi que eu também não sabia o necessário, pois faria algo parecido que também não serviria. A única diferença era que eu não me aventuraria. O meu ofício é mostrar e ensinar, com imenso prazer, a parte técnica da nossa Luta Livre tradicional.
“Cada macaco no seu galho”, pensava eu...
Só que eu não acreditava que fosse assim, a ponto de, alem de não ajudar, ainda poderia de alguma forma comprometer o esquema como um todo.
É incrível, mas nestas montagens de treinamento físico as coisas se parecem muito, mas nas suas eficiências são completamente diferentes.
Só como ilustração, me lembro que há aproximadamente 24 anos resolvi fazer uma pesquisa envolvendo mais de 50 assuntos ligados a Luta com 20 equipes participantes de dois Campeonatos Mundiais de Wrestling realizados em Clermont- Ferrant , na França. Naquela época, Laptop, etc, era novidade e o serviço foi na “munheca”, como se diz...
Hoje, quando releio o trabalho, me admiro, não imaginando como tive coragem de entrar naquela empreitada... (arroubos do restinho de minha juventude)
Um ponto curioso me chamou a atenção no Item referente às práticas usadas na preparação dos lutadores: Só havia duas atividades físicas entre aquelas mais de 25 praticadas e por mim selecionadas que eram utilizadas por todas as equipes, permanentemente:
1 = Trabalho com pesos
2 = Pular corda
O resto, uma equipe usava, a outra não, e assim por diante.
Quem eram então os atletas com melhor condicionamento físico?
Individualmente, alguns atletas americanos se destacavam, cuja regra era “GO,GO ,GO ... and GO!”, lutando num ritmo frenético que se adapta à Luta Olímpica.
Na média das equipes, aparecia a da URSS, embora sem a exuberância física dos americanos, tipo “vaca premiada”. Só que a seleção dos atletas soviéticos era inacreditável . De milhares de praticantes de alto nível eram escolhidos apenas os em melhores condições.
Já naquela época os técnicos e seus preparadores que se reuniam nos congressos técnicos já discutiam métodos e novas teorias de preparação física. O primeiro a ser “fabricado” pelos soviéticos foi o grande lutador super Campeão de luta Greco-romana, Alexander Karelin.
E, parece, deu certo, com tricampeonatos Mundiais e Olímpicos, Europeu, etc, Karelin simplesmente levantava os adversários fazendo uma alavanca invertida, ou seja, fazia força no braço menor! Incrível!
Ah, me esqueci de um detalhe: Sacha (Karelin) nasceu na Sibéria em 1967, pesando mais de 7kg com 69cm!
Sei que não vamos preparar nenhum Karelin, mas pelo menos vamos tentar aprender o máximo e escolher os caminhos mais produtivos para nossos atletas.
Nunca é tarde, RIO 2016 está ai!
Bons Treinos,
Roberto Leitão
Mestre Roberto Leitão | 11/10/2009 - 03:24
Re: Rivalidades, histórias e causos do Jiu Jitsu e afins.
Carioca SBC escreveu: Longe do nível dos posts dos mestres Alm e Lawyer, vou contar uma situação tensa, e depois engraçada.
Era outubro ou novembro de 2000, eu tinha acabado de chegar ao Japão, na cidade de Ise-shi, sul da província/estado de Mie-ken (o mesmo estado onde fica a pista de Suzuka). Fui o 1o brasileiro a dar aulas de Jiu Jitsu na parte sul de Mie Ken.
Eu era faixa roxa, graduado pelo Márcio Pé-de-Pano, e ao procurar revistas de artes marciais (Tatame e Gracie Magazine) em uma loja voltada ao público brasileiro no Japão, fui indagado pela dona do estabelecimento se eu lutava Jiu Jitsu (na época muito na moda no Japão, por conta do Pride), e se queria dar aulas aos filhos dela. Topei, e na 2a ou 3a aula, que era dada em ginásios públicos, onde se alugam espaços como quadras, tatames e etc por hora, apareceram japoneses que foram indicados por ela.
Estava aprendendo a língua ainda, e toda a comunicação era feita em inglês. Em pouco tempo passei de 2 alunos infantis a 2 infantis + 8 adultos.
Acontece que um desses japoneses, faixa preta de Judô, achava quase que inacreditável que alguém que não fosse faixa preta não só anulasse o seu Ne Waza, como também pudesse realmente lhe ensinar algo, e marcou de levar um amigo.
No dia combinado, esse amigo, um outro japonês de uns 110 ou 120 kg (não musculoso, mas daquele tipo parrudo, tipo saco de batata) também faixa preta de judô e dono de alguns títulos de Judô importantes na região, apareceu e eu percebi que era nada mais nada menos que um teste.
Começa o treino de JJ, passo posições e tal, e na hora do rola, o "pequeno convidado" me chama para treinar em pé. Sinceramente, eu sabia que ia ser trucidado, mas não podia envergonhar meus alunos e muito menos a arte marcial a quem eu representava.
Depois de ser jogado pra tudo que é lado, já cheio de dor nas costas, ombro e etc., finalmente o pequeno se sentiu confiante e topou ir para o chão.
Foi difícil pegar o cara, pois ele era muito forte e eu estava quebrado, mas depois de alguns ataques duplos, lembro que peguei no pescoço com um estrangulamento, que ele demorou pra bater e quase apagou. Ele ficou p...e aí veio pra cima praticamente sem técnica, e somente a partir desse momento, posso dizer que deixei de ser facilmente dominado e pude colocar em prática o que tinha aprendido até então com meus professores Adão Januário e Márcio Pé-de-Pano. Finalizei o japa de tudo que foi jeito, lembro até de uma omoplata que me deixou pendurado, mas que ele acabou batendo, pois não aguentou ficar muito tempo em pé.
Depois disso ele nunca mais apareceu, e o amiguinho dele tomou um amasso caprichado na aula seguinte, rs.
Segui dando aulas pra esse pessoal por mais 1 ano + ou -, até me mudar pra Hamamatsu e ficar somente como instrutor, e não professor, até parar em 2003. Fiquei totalmente parado no Jiu Jitsu por 8 anos, só voltando em 2011. Vamos ver quando sairá minha sonhada faixa preta (sou faixa marrom com 2 graus, atualmente).
Abraços galera.
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