Entrevista Renato Cardoso - Revista Megagym
Enviado: 20 Ago 2014 19:45
ENTREVISTA – RENATO CARDOSO REVELA DETALHES INÉDITOS DA SUA RECENTE MUDANÇA DE EQUIPE
20 AGOSTO, 2014 DESTAQUESENTREVISTAS 386
Numa entrevista exclusiva, obtivemos informações privilegiadas da trajetória de um nome bastante conhecido do Jiu-jitsu. Renato Cardoso, que soma vários títulos nacionais e internacionais, abre o verbo e conta todos os detalhes da sua rompida com o Cavaca, não tendo “abraçado” a nova equipe Zenith, até sua saída da Checkmat para seguir os rumos do “general” Fábio Gurgel, na Alliance.
PARTE I
Renato, vamos entrar um pouco na tua história, e saber, desde o início, como foi essa trajetória, quais os momentos mais difíceis como atleta, e os momentos cruciais, em que você teve que tomar decisões importantes para tua carreira, e ao mesmo tempo polêmicas, do ponto de vista de algumas pessoas.
“Pra te falar a verdade, as coisa na minha vida sempre aconteceram rápido demais. Já fazem quase dez anos que treino jiu-jitsu e tudo começo na equipe Boca De La Riva. Depois de algum tempo o Boca foi embora, junto com ele o Deninho (um dos atuais professores do Ciborg nos EUA), que também dava aula pra gente. Antes de ir o Deninho chegou pra mim e disse: Cara, eu não vou mais conseguir te dar suporte, vou te indicar a Nova União pra você continuar seus treinos. Nessa época eu também era aluno do professor Adriano aqui de Caruaru e juntos fomos pra Nova União.
Foi uma transição legal, foi daí que eu comecei a ser conhecido mundialmente. Nesse período, ainda de faixa roxa, eu percebi que Deus começou a colocar a mão em mim e me abençoar de uma forma especial, e em contrapartida, me mostrar que as coisa acontecem do jeito que ele quer e não do jeito que a gente quer. Uma das provas disso, e que eu atribuo a ele foi quando, em 2009, eu consegui ganhar aquele Campeonato Brasileiro. Perdi a final da categoria do peso médio, faixa roxa, e no outro dia eu fui campeão na categoria peso aberto (absoluto). Aquele foi um campeonato de guerra onde eu fiz quatorze lutas, somando categoria e absoluto, perdendo apenas uma, justo a final da categoria. Naquela noite eu fui pra casa triste demais, chorei a noite toda, depois dormi um pouco, e quando acordei, coloquei na minha cabeça que eu tinha que dar a vida naquele dia pra ser campeão absoluto. Até hoje, aquele foi o melhor campeonato da minha vida, eu não conseguia segurar a emoção de estar ganhado de lutadores que eram considerados fenômenos na época. Chegou na semifinal, eu me deparo com um cara que está fazendo nome no MMA, o Cara de Sapato, e consegui finalizá-lo em trinta segundos. Depois fiz a final com o Buchecha, que era o melhor dos melhores, e ganhei de novo, consagrando-me campeão absoluto.
Nesse fase, eu estava treinando apenas com meus alunos, tinha aberto minha própria academia em Caruaru e tinha parado de treinar com o professor Adriano. Mas eu sempre fui determinado e sempre quis que meu físico compensasse a minha técnica, que eu achava que não era tão boa. Eu sempre lutei mais com a emoção, com o coração, nunca foi somente técnica.
Naquele campeonato muitas coisas aconteceram, eu percebi que na luta final, estava o ginásio inteiro torcendo pelo Buchecha e apenas dois ou três amigos da Nova União de Recife torcendo por mim, era Checkmat contra Nova União, e o Cavaca era o corner do Buchecha. Quando acabou a luta, eu fui lá cumprimentar o Cavaca, partindo daí o começo de uma amizade legal. Acho que pela admiração que eu já tinha por ele, por acompanhar algumas lutas dele e seu estilo de fazer guarda, por exemplo, ficamos amigos. E também em algumas lutas dele eu estava ali torcendo, mesmo sendo de outra equipe”.
Isso foi definitivo pra a sua saída da Nova União e seguir um novo rumo com o Cavaca na Checkmat?
“Aí foi o xis da questão. Quando eu voltei desse campeonato, procurei o meu professor lá em Recife, o Vitor Hugo, cheguei pra ele e disse que eu agora queria viver do jiu-jitsu, participar de competições de alto nível, e da maneira como estavam as coisas, eu não teria condições. Meu trabalho na época era moto-táxi, a vida era difícil, tinha que trabalhar o dia todo. Além disso tinha que dar aula pra meus alunos, à noite, pra ajudar nas despesas pessoais. Me dividia entre o trabalho e pouco tempo pra treinar jiu-jitsu e musculação. Os caras que eu me espelhava na época como o Otávio Souza, por exemplo, eram caras que tinha um outro porte físico, tinham uma alimentação diferenciada, usavam suplementos top, e tinham tempo pra treinar bastante, ou seja, tinham um perfil profissional, viviam exclusivamente do jiu-jitsu e para o jiu-jitsu. E outro exemplos como o Rômulo Barral e até mesmo o Cavaca. Eu cheguei a pensar várias vezes, e perguntar pra mim mesmo: Será que eu um dia terei condições de ser como esses caras?
Um ano depois, em 2010, fui novamente lutar no Campeonato Brasileiro. Já de faixa marrom eu achava que ia ser como no ano anterior, a minha ideia era bater todo mundo e conseguir o feito novamente. Mas foi aí que me deparei com uma situação contrária, perdi na segunda luta, depois de ter ganhado a primeira a pulso. Por causa de uma lesão, naquele ano meu professor não pode ir comigo, e eu acabei tendo que ir sozinho, sem ninguém pra gritar pra mim, e de repente quando menos espero, quem estava lá no meu corner era o Cavaca, eu quase não acredito. Um cara top como ele gritando pra mim, foi um privilégio inexplicável.
Terminei aquelas lutas até emocionado, perdi mas fiquei feliz por ter tido um cara de renome no meu corner. Depois de tudo fui lá agradecer, e o Cavaca me fez até um convite para qualquer dia aparecer na academia dele em São Paulo. Saí daquele evento meio perdido, até deu vontade de desistir de tudo. Semanas depois, eu vi que a Checkmat estava em evidência, o Cavaca e o Buchecha tinham sido campeões mundiais na Califórnia e aquilo me trouxe esperanças e uma brilhante ideia. Mandei uma mensagem por cavaca perguntando se eu poderia ir para São Paulo treinar na academia dele, e contei minha real situação, sem dinheiro, ofereci alguns serviços em troca das aulas, já que não teria grana pra pagar as mensalidades. Contei pra ele meu sonho que era viver do jiu-jitsu e ele me disse que estava bastante feliz pela minha iniciativa, e que me admirava bastante como atleta, e eu poderia ir a São Paulo que ele conseguiria um patrocinador e um lugar pra eu poder dar aulas.
Contei pro meu pai meu novo empreendimento, ele me deu forças e todo o apoio que eu precisava. Comprou uma passagem só de ida e um kimono novo, pois os meus estavam todos velhos, além disso fez um trabalho extra e me conseguiu cinquenta reais e eu fui embora. Esse foi um dos momentos mais difíceis da minha vida, deixar minha família, a minha filha ainda pequena, mas eu estava focado, eu queria correr atrás do meu sonho”.
Como é que foi a sua chegada em Santos-SP e o dia a dia na academia do Cavaca?
“Cheguei em Santos-SP, fui direto pra academia do Cavaca, ele me recebeu muito bem. Fiquei morando na academia por quatro meses, e não tenho vergonha de falar isso pra ninguém. Acordava logo cedo, varria o tatame, limpava tudo e ainda dava uma força nas aulas. Ali eu fui treinando e conseguindo alguns patrocínios como o da Koral, por exemplo, patrocínio de alimentação, etc. Tudo isso através do Cavaca. Então eu tenho muito que agradecer a ele, pois o que ele fez por mim também tem feito por muitas pessoas, então isso é muito gratificante. Então, pra deixar bem claro, eu não teria nada de mau pra falar do Cavaca, somente ser muito grato pra sempre. Não posso negar que, à partir desse apoio, eu consegui ganhar vários títulos nacionais e internacionais junto com o time que ia crescendo a cada dia, numa atmosfera boa, de muita amizade”.
Como você recebeu a notícia do afastamento do Cavaca da Checkmat, e quais foram os motivos pelos quais fizeram você continuar na equipe, ao invés de seguir com ele no novo empreendimento?
“Do nada, Cavaca marcou uma reunião e de repente falou pra todo mundo que ia sair da equipe, e alguns ficaram animados e tal. Os motivos eu realmente não sei, isso eu não posso falar por ele, acho que cabe a ele mesmo responder. Mas algo que me deixou chateado, não posso dizer que fiquei com raiva, mas como ele era um cara que eu chamava de pai, só acho que eu deveria ter ficado sabendo um pouco antes. Na verdade, foi criado um grupo (em uma rede social) e nesse grupo ele falava que haveriam mudanças e que tudo seria diferente, mas eu não estava no grupo, e fiquei sabendo do mesmo através de terceiros, aproximadamente um mês antes da reunião. Não estou querendo dizer que fui traído, claro que não, apenas fiquei surpreso em ser um dos últimos a saber de tudo, por isso fiquei com um pouco de mágoa na época”.
Você poderia contar pra gente o que aconteceu nessa reunião?
“Aos quarenta e cinco minutos do segundo tempo, (ou seja, no finalzinho) ele nos chamou, eu e a Michelle Nicolini. Chegamos na mesa da reunião e ele anunciou a nova equipe em sociedade com o Robert Drysdale, e ali, ele perguntou quem de nós iria continuar com ele. Como eu e a Michelle estávamos bastante chateados mesmo, resolvemos não ficar com ele. A Michelle disse de cara que estava fora.
Então foi aí que tudo começou mudar, já não tinha mais os faixas pretas formados por ele. Cada um foi para um lado cuidar das suas academias, e os treinos de competição já não tinham mais aquela força que tinha no início”.
Como é que ficou a relação pessoal entre você e o Cavaca?
“Pessoalmente não temos nenhum problema, somos amigos, e pra mim não mudou nada. Tenho muito respeito por ele. Sempre que nos vemos nos cumprimentamos, e sempre serei grato por tudo. Jamais esquecerei o que ele fez por mim. Só que eu precisava dar continuidade à minha carreira, pensando nisso, naquele momento achei melhor ter ficado na Checkmat”.
(Entrevista concedida no dia 12 de de agosto de 2014, no Centro de Treinamento Renato Cardoso – Caruaru, PE)
PARTE II em breve. Aguarde!
fonte: http://revistamegagym.com/?p=3300
Quando sair a parte 2 eu atualizo.
Sinceramente, não conheci o Renato a fundo, via ele, conversei algumas vezes, e vi que nos últimos meses na academia, a relação dele com o Cavaca já estava mudando.
20 AGOSTO, 2014 DESTAQUESENTREVISTAS 386
Numa entrevista exclusiva, obtivemos informações privilegiadas da trajetória de um nome bastante conhecido do Jiu-jitsu. Renato Cardoso, que soma vários títulos nacionais e internacionais, abre o verbo e conta todos os detalhes da sua rompida com o Cavaca, não tendo “abraçado” a nova equipe Zenith, até sua saída da Checkmat para seguir os rumos do “general” Fábio Gurgel, na Alliance.
PARTE I
Renato, vamos entrar um pouco na tua história, e saber, desde o início, como foi essa trajetória, quais os momentos mais difíceis como atleta, e os momentos cruciais, em que você teve que tomar decisões importantes para tua carreira, e ao mesmo tempo polêmicas, do ponto de vista de algumas pessoas.
“Pra te falar a verdade, as coisa na minha vida sempre aconteceram rápido demais. Já fazem quase dez anos que treino jiu-jitsu e tudo começo na equipe Boca De La Riva. Depois de algum tempo o Boca foi embora, junto com ele o Deninho (um dos atuais professores do Ciborg nos EUA), que também dava aula pra gente. Antes de ir o Deninho chegou pra mim e disse: Cara, eu não vou mais conseguir te dar suporte, vou te indicar a Nova União pra você continuar seus treinos. Nessa época eu também era aluno do professor Adriano aqui de Caruaru e juntos fomos pra Nova União.
Foi uma transição legal, foi daí que eu comecei a ser conhecido mundialmente. Nesse período, ainda de faixa roxa, eu percebi que Deus começou a colocar a mão em mim e me abençoar de uma forma especial, e em contrapartida, me mostrar que as coisa acontecem do jeito que ele quer e não do jeito que a gente quer. Uma das provas disso, e que eu atribuo a ele foi quando, em 2009, eu consegui ganhar aquele Campeonato Brasileiro. Perdi a final da categoria do peso médio, faixa roxa, e no outro dia eu fui campeão na categoria peso aberto (absoluto). Aquele foi um campeonato de guerra onde eu fiz quatorze lutas, somando categoria e absoluto, perdendo apenas uma, justo a final da categoria. Naquela noite eu fui pra casa triste demais, chorei a noite toda, depois dormi um pouco, e quando acordei, coloquei na minha cabeça que eu tinha que dar a vida naquele dia pra ser campeão absoluto. Até hoje, aquele foi o melhor campeonato da minha vida, eu não conseguia segurar a emoção de estar ganhado de lutadores que eram considerados fenômenos na época. Chegou na semifinal, eu me deparo com um cara que está fazendo nome no MMA, o Cara de Sapato, e consegui finalizá-lo em trinta segundos. Depois fiz a final com o Buchecha, que era o melhor dos melhores, e ganhei de novo, consagrando-me campeão absoluto.
Nesse fase, eu estava treinando apenas com meus alunos, tinha aberto minha própria academia em Caruaru e tinha parado de treinar com o professor Adriano. Mas eu sempre fui determinado e sempre quis que meu físico compensasse a minha técnica, que eu achava que não era tão boa. Eu sempre lutei mais com a emoção, com o coração, nunca foi somente técnica.
Naquele campeonato muitas coisas aconteceram, eu percebi que na luta final, estava o ginásio inteiro torcendo pelo Buchecha e apenas dois ou três amigos da Nova União de Recife torcendo por mim, era Checkmat contra Nova União, e o Cavaca era o corner do Buchecha. Quando acabou a luta, eu fui lá cumprimentar o Cavaca, partindo daí o começo de uma amizade legal. Acho que pela admiração que eu já tinha por ele, por acompanhar algumas lutas dele e seu estilo de fazer guarda, por exemplo, ficamos amigos. E também em algumas lutas dele eu estava ali torcendo, mesmo sendo de outra equipe”.
Isso foi definitivo pra a sua saída da Nova União e seguir um novo rumo com o Cavaca na Checkmat?
“Aí foi o xis da questão. Quando eu voltei desse campeonato, procurei o meu professor lá em Recife, o Vitor Hugo, cheguei pra ele e disse que eu agora queria viver do jiu-jitsu, participar de competições de alto nível, e da maneira como estavam as coisas, eu não teria condições. Meu trabalho na época era moto-táxi, a vida era difícil, tinha que trabalhar o dia todo. Além disso tinha que dar aula pra meus alunos, à noite, pra ajudar nas despesas pessoais. Me dividia entre o trabalho e pouco tempo pra treinar jiu-jitsu e musculação. Os caras que eu me espelhava na época como o Otávio Souza, por exemplo, eram caras que tinha um outro porte físico, tinham uma alimentação diferenciada, usavam suplementos top, e tinham tempo pra treinar bastante, ou seja, tinham um perfil profissional, viviam exclusivamente do jiu-jitsu e para o jiu-jitsu. E outro exemplos como o Rômulo Barral e até mesmo o Cavaca. Eu cheguei a pensar várias vezes, e perguntar pra mim mesmo: Será que eu um dia terei condições de ser como esses caras?
Um ano depois, em 2010, fui novamente lutar no Campeonato Brasileiro. Já de faixa marrom eu achava que ia ser como no ano anterior, a minha ideia era bater todo mundo e conseguir o feito novamente. Mas foi aí que me deparei com uma situação contrária, perdi na segunda luta, depois de ter ganhado a primeira a pulso. Por causa de uma lesão, naquele ano meu professor não pode ir comigo, e eu acabei tendo que ir sozinho, sem ninguém pra gritar pra mim, e de repente quando menos espero, quem estava lá no meu corner era o Cavaca, eu quase não acredito. Um cara top como ele gritando pra mim, foi um privilégio inexplicável.
Terminei aquelas lutas até emocionado, perdi mas fiquei feliz por ter tido um cara de renome no meu corner. Depois de tudo fui lá agradecer, e o Cavaca me fez até um convite para qualquer dia aparecer na academia dele em São Paulo. Saí daquele evento meio perdido, até deu vontade de desistir de tudo. Semanas depois, eu vi que a Checkmat estava em evidência, o Cavaca e o Buchecha tinham sido campeões mundiais na Califórnia e aquilo me trouxe esperanças e uma brilhante ideia. Mandei uma mensagem por cavaca perguntando se eu poderia ir para São Paulo treinar na academia dele, e contei minha real situação, sem dinheiro, ofereci alguns serviços em troca das aulas, já que não teria grana pra pagar as mensalidades. Contei pra ele meu sonho que era viver do jiu-jitsu e ele me disse que estava bastante feliz pela minha iniciativa, e que me admirava bastante como atleta, e eu poderia ir a São Paulo que ele conseguiria um patrocinador e um lugar pra eu poder dar aulas.
Contei pro meu pai meu novo empreendimento, ele me deu forças e todo o apoio que eu precisava. Comprou uma passagem só de ida e um kimono novo, pois os meus estavam todos velhos, além disso fez um trabalho extra e me conseguiu cinquenta reais e eu fui embora. Esse foi um dos momentos mais difíceis da minha vida, deixar minha família, a minha filha ainda pequena, mas eu estava focado, eu queria correr atrás do meu sonho”.
Como é que foi a sua chegada em Santos-SP e o dia a dia na academia do Cavaca?
“Cheguei em Santos-SP, fui direto pra academia do Cavaca, ele me recebeu muito bem. Fiquei morando na academia por quatro meses, e não tenho vergonha de falar isso pra ninguém. Acordava logo cedo, varria o tatame, limpava tudo e ainda dava uma força nas aulas. Ali eu fui treinando e conseguindo alguns patrocínios como o da Koral, por exemplo, patrocínio de alimentação, etc. Tudo isso através do Cavaca. Então eu tenho muito que agradecer a ele, pois o que ele fez por mim também tem feito por muitas pessoas, então isso é muito gratificante. Então, pra deixar bem claro, eu não teria nada de mau pra falar do Cavaca, somente ser muito grato pra sempre. Não posso negar que, à partir desse apoio, eu consegui ganhar vários títulos nacionais e internacionais junto com o time que ia crescendo a cada dia, numa atmosfera boa, de muita amizade”.
Como você recebeu a notícia do afastamento do Cavaca da Checkmat, e quais foram os motivos pelos quais fizeram você continuar na equipe, ao invés de seguir com ele no novo empreendimento?
“Do nada, Cavaca marcou uma reunião e de repente falou pra todo mundo que ia sair da equipe, e alguns ficaram animados e tal. Os motivos eu realmente não sei, isso eu não posso falar por ele, acho que cabe a ele mesmo responder. Mas algo que me deixou chateado, não posso dizer que fiquei com raiva, mas como ele era um cara que eu chamava de pai, só acho que eu deveria ter ficado sabendo um pouco antes. Na verdade, foi criado um grupo (em uma rede social) e nesse grupo ele falava que haveriam mudanças e que tudo seria diferente, mas eu não estava no grupo, e fiquei sabendo do mesmo através de terceiros, aproximadamente um mês antes da reunião. Não estou querendo dizer que fui traído, claro que não, apenas fiquei surpreso em ser um dos últimos a saber de tudo, por isso fiquei com um pouco de mágoa na época”.
Você poderia contar pra gente o que aconteceu nessa reunião?
“Aos quarenta e cinco minutos do segundo tempo, (ou seja, no finalzinho) ele nos chamou, eu e a Michelle Nicolini. Chegamos na mesa da reunião e ele anunciou a nova equipe em sociedade com o Robert Drysdale, e ali, ele perguntou quem de nós iria continuar com ele. Como eu e a Michelle estávamos bastante chateados mesmo, resolvemos não ficar com ele. A Michelle disse de cara que estava fora.
Então foi aí que tudo começou mudar, já não tinha mais os faixas pretas formados por ele. Cada um foi para um lado cuidar das suas academias, e os treinos de competição já não tinham mais aquela força que tinha no início”.
Como é que ficou a relação pessoal entre você e o Cavaca?
“Pessoalmente não temos nenhum problema, somos amigos, e pra mim não mudou nada. Tenho muito respeito por ele. Sempre que nos vemos nos cumprimentamos, e sempre serei grato por tudo. Jamais esquecerei o que ele fez por mim. Só que eu precisava dar continuidade à minha carreira, pensando nisso, naquele momento achei melhor ter ficado na Checkmat”.
(Entrevista concedida no dia 12 de de agosto de 2014, no Centro de Treinamento Renato Cardoso – Caruaru, PE)
PARTE II em breve. Aguarde!
fonte: http://revistamegagym.com/?p=3300
Quando sair a parte 2 eu atualizo.
Sinceramente, não conheci o Renato a fundo, via ele, conversei algumas vezes, e vi que nos últimos meses na academia, a relação dele com o Cavaca já estava mudando.