Com a profissionalização do jiu jitsu ainda há espaço para o fechamento de finais?

[Issão]

Campeonato Mundial de Jiu-Jitsu, a competição de maior prestígio da Arte Suave. Atletas, praticantes e admiradores esperam por um ano para sentir a emoção dos confrontos entre os melhores lutadores do mundo. Domingo, dia das finais da faixa preta. Expectativa para os confrontos que valem o título de campeão mundial de Jiu-Jitsu. Chega a informação que os finalistas não vão lutar e sim “fechar” a final. Anticlímax, balde de água fria.

O “fechamento” de lutas entre atletas de mesmo time ou origem é um prática corriqueira e controversa no universo do Jiu-Jitsu, ocorrendo nas finais de categorias, mas que sempre gera debate e discussões acerca dos motivos para que ela aconteça e os reflexos causados no nosso esporte.

Existem alguns tipos de fechamento entre atletas nas competições: entre parceiros de treino, entre professor e aluno, entre amigos pessoais (ainda que de equipes distintas) e o fechamento entre colegas mas onde a hierarquia da graduação é invocada. Existe ainda o encontro entre companheiros de time nas fases anteriores às finais, onde um dos atletas abre caminho para o outro sem que haja luta.

O argumento comum dos adeptos dessas práticas é que não se sentem à vontade para lutar “à vera” com um parceiro de treinos diários, com quem compartilham as técnicas, os estilos de jogo e as estratégias. Esses lutadores enxergam o fechamento de uma final como a “divisão” do título, considerando os dois finalistas como campeões, ainda que oficialmente as medalhas de ouro e de prata sejam definidas.

Vejamos agora pelo lado do público.

O fechamento de finais pode gerar desinteresse dos espectadores, que no decorrer das lutas já imaginam que o atleta A faz questão de não lutar contra o atleta B, que por sua vez é amigo do atleta C e também não quer enfrentá-lo.

A perspectiva de fechamento de finais também pode afastar patrocinadores, que não terão suas marcas divulgadas na final de determinada categoria, uma vez que os lutadores fecharam q não vai haver luta. Cobramos tanto apoio para o nosso esporte e não oferecemos a contrapartida de profissionalismo total. Profissionalismo como o das irmãs Venus e Serena Williams, que cresceram juntas, treinaram juntas durante toda a vida e nos presentearam com confrontos espetaculares, sem deixarem de ser irmãs!

Apesar de ser um esporte de luta, o Jiu-Jitsu competitivo não possui golpes traumáticos como socos e chutes, não proporcionando a sensação desconfortável de socar ou chutar para valer um amigo. A luta em campeonatos assemelha-se muito ao treino na academia, só variando na intensidade e adrenalina causadas pelo ambiente do evento de competição.

Existem algumas maneiras de evitar ou diminuir a possibilidade de fechamento nas finais, mas vamos tratar de duas apenas, que deveriam ser aplicadas juntas: a limitação do número de atletas da mesmo equipe por cada categoria e a montagem das chaves.

Dois atletas por equipe em cada categoria seriam postos do mesmo lado da chave, para lutarem na primeira ou segunda luta. Desta forma, o atleta que abrir passagem para o companheiro de time não teria a possibilidade de conquistar medalha. Isso traria consequências negativas no rankeamento e na hora de buscar patrocínios e seminários, fazendo com que nenhum atleta aceitasse abrir passagem sem lutar.

Tal possibilidade não tem como objetivo prejudicar individualmente nenhum atleta, mas sim trazer às competições do Jiu-Jitsu uma postura totalmente profissional dos seus lutadores.

Concordam? Discordam?

Opinem!

Hora do treino, até a próxima!

OSS

http://bjjforum.com.br/profissionalizac ... echamento/

[fethai]

Esse fechamento de amigos pessoais de equipes distintas na minha opinião não deve rolar de forma alguma Issão, cada um deve dar o máximo pela sua bandeira, pra fazer sua equipe campeã. Agora no caso de companheiros que treinam no mesmo CT acho natural que isso ocorra, parceiros de treino não vão querer "matar" um ao outro numa final de Mundial. Se bem que o ideal seria que buscassem sempre competir em categorias diferentes, justamente pra que isso não ocorra, tipo o Samir e o Queixinho neste último Pan, um desceu pra pluma e outro ficou no peso pena.

[Atibaia]

A um tempinho atrás, já rolou uma discussão sobre o assunto.

http://bjjforum.com.br/forum/viewtopic.php?f=4&t=4363

[Tartaruga]

Profissionalização é contrato assinado no começo do ano, com fixo + bonificações.

Pagamento de prêmio para campeões de torneios é incentivo.

[Tony Ferraz]

Profissionalização é contrato assinado no começo do ano, com fixo + bonificações.

Pagamento de prêmio para campeões de torneios é incentivo.

Tô com o Tartaruga. Fecho com qualquer um da minha equipe A NÃO SER que o cara queira lutar.
Quem quiser ver Guigo 1 vs Guigo 2 colá lá no treino do meio dia.

[pablomaz]

Tô com o Tartaruga. Fecho com qualquer um da minha equipe A NÃO SER que o cara queira lutar.
Quem quiser ver Guigo 1 vs Guigo 2 colá lá no treino do meio dia.

Fala, Tony.
Concordo com a questão da "profissionalização", mas qual a sua razão pessoal pra não lutar contra companheiro de academia, se você quiser compartilhar?
Abs

[Tony Ferraz]

Fala, Tony.
Concordo com a questão da "profissionalização", mas qual a sua razão pessoal pra não lutar contra companheiro de academia, se você quiser compartilhar?
Abs

São várias, duas principalmente, que envolvem técnica.

1 - Se vc pode lutar contra um parceiro de equipe, não estará comprometido a ajudar ele a evoluir, pelo contrário: esconderá seu jogo, não ensinará como ele pode matar suas posições e não procurará fazer ele melhorar. Não será mais um treino colaborativo.
2 - Na hora do campeonato, caso vc tenha desenvolvido um jogo para minar seu companheiro de equipe, ou maneiras de anular as principais posições dele, vc vai lá mostrar o caminho pra todo mundo no campeonato. Se por exemplo, eu tenho um parceiro que tem uma super Worm Guard, que pega todo mundo nos campeonatos, mas eu, por treinar com ele todo dia, passo aquela guarda, ao ser obrigado a lutar com ele, vou ser também obrigado a mostrar a todos como anular a principal arma dele.

[pablomaz]

São várias, duas principalmente, que envolvem técnica.

Entendo...
Obrigado pela resposta!
Abs

[peudoria]

Sinceramente, nunca consegui entender essa situação que acontece no jiu jitsu. O certo pra mim deveria ser a desclassificação de quem se recusar a fazer uma luta por conta do outro cara ser da mesma equipe. Se entrou numa chave, deveria ser pra lutar contra quem vier.

No MMA eu até entendo essa de dois amigos recusarem lutar. Primeiro que as lutas são casadas e vc assina o contrato se quiser (diferente do cara que entra pra lutar num gp, como é o formato dos torneios de bjj), e segundo que os caras vão pra trocar porrada.

[Goiaba]

Eu nunca lutaria com parceiro de treino.. Mas ja lutei contra outros caras que eram da msma bandeira (equipe), mas que treinavam em outra academia/cidade.

[Tony Ferraz]

Eu nunca lutaria com parceiro de treino.. Mas ja lutei contra outros caras que eram da msma bandeira (equipe), mas que treinavam em outra academia/cidade.

Sim, aí acho que tem que lutar.

[Tartaruga]

A minha birra é mais pelo termo profissionalização por qualquer merreca, do que lutar com colega.

Roger sempre lutou com todo mundo independente de bandeira.

Campeonato interno bota a galera pra rachar direto.

No MMA você ainda mete a mão na cara do oponente, jiu-jitsu é "xadrez", pega nada...

[PHDookie]

Mas se alguém se declara profissional deveria lutar.
Imagina o Combate transmitindo campeonatos de jiu jitsu e o clímax dá competição não acontece pq dois competidores profissionais fazem um acordo de não lutar. Quem investiria em um campeonato onde o campeão e definido não pela disputa mas por um acordo

[RodrigoSilva]

Por isso não passa na TV e nem passará tão cedo.

World pro >>

[The Joker]

Se for da mesma academia, não deve lutar.

O JJ chegou onde chegou com essa mentalidade...Não tem porque mudar agora.

Mas estou falando de mesma ACADEMIA. Treinar junto e tal...Se você é Gracie Barra RJ e na final esbarra com um cara Gracie Barra SP que você nunca viu na vida...Não vejo nada demais lutar...